terça-feira, 15 de junho de 2010

“Não vos conformeis...”

Nos anos recentes os valores morais têm sofrimento grande transformação. Isto tem afetado todos os seguimentos sociais, igreja, família e etc. Estas transformações, têm ocorrido, impulsionadas pelo consumismo, materialismo, individualismo e etc. A moda pode ser contada como agente a serviço desses “ismos”, que mencionamos. Como resultante de suas determinações, percebemos como tem sido valorizada a estética corporal em prejuízo das necessidades mais urgentes e importantes. Cresce dia-a-dia o número de academias, de “fórmulas mágicas” para deixar qualquer um com aquele “corpo sarado”, ou técnicas cirúrgicas ou não para produzir a forma física, conforme o padrão estabelecido pela sociedade secularizada. Como resultado direto desse novo tipo de culto ao “deus corpo”, jovens que ambicionam as passarelas, têm ficado doentes e algumas até morrem de doenças, que pouco ouvíamos falar, mas que hoje é comum ouvir falar nelas. Há algum tempo a trás ouvimos na televisão acerca de duas jovens que morreram, vítimas de anorexia.
De fato a preocupação com a saúde, com o corpo é um dever cristão. Nosso corpo é templo do Espírito Santo. Tal é a importância que tem nosso corpo, que Deus irá transforma-lo no dia de Cristo. Contudo, também é parte do ensino bíblico que devemos evitar as preocupações mundanas. O cristão, convicto da mensagem bíblica fará uso do bom senso, da sobriedade, lutando contra os valores e condutas que se chocam com a vontade de Deus. Viverá uma vida vigilante, para não se comprometer com as práticas desse mundo que se opõem à vontade de Deus, procurando discernir os tempos, não se conformando com este século (Rm 12.1-2).
Muitas pessoas não-crentes, têm refletido sobre as práticas que resultaram na morte daquelas duas jovens e têm proposto mudanças, pedindo providências, visto que têm entendido que os valores morais têm sido banalizados. E nós crentes, cristãos, temos refletido sobre tas condutas assumidas por muitos, temos lutado contra a degeneração dos valores morais, temos lutado contra as ofertas mundanas, propagadas motivadas pelo consumismo, materialismo, individualismo e etc.?
Que Deus nos ajude!

Comunhão Verdadeira Com Deus

I João 1.5-2.2

Como podemos ter comunhão com Deus? Ou seja, nosso relacionamento com Ele como é possível? Em nossos dias, muito se tem falado sobre este assunto, contudo, a comunhão com Deus, tem sido banalizada. Para muitos, ter comunhão com Deus, tem sido reduzido a sentir algo, tocar, esperar uma energia, algo assim. Para muitos a comunhão com Deus tem ficado restrita a alguns momentos, como cantar, se emocionar, envolver-se num clima. Desta forma, não é difícil encontrarmos pessoas que dizem ter comunhão com Deus, mas que contudo, vivem uma vida alienada da Palavra e por conseqüência da Santidade. O misticismo tem sido característico nesse tipo de “comunhão”. Será que o que presenciamos é verdadeira comunhão? Será que Deus quer se relacionar conosco assim? É sobre este assunto que João aborda em sua primeira carta, de forma especial em 1.5-2.2, demonstrando em quais circunstâncias e com quem Deus se relaciona. Partindo-se do conhecimento do caráter de Deus, ou seja, “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma”, João aponta algumas conclusões que devem ser consideradas por nós para termos comunhão verdadeira com Deus. Desta forma, possuindo Deus um caráter plenamente santo:
1. Não tem comunhão com Ele: a) Quem anda no pecado, ou seja, quem vive na prática do pecado, cf. v.6; b) Quem nega ter uma natureza pecaminosa, cf. v.8; c) Quem nega que o pecado esteja em sua conduta, v.10;
2. Tem comunhão com Ele: a) Quem anda na prática da justiça, cf. v.7. Isto não significa que tal pessoa seja perfeita, no entanto, sua conduta é marcada pela prática da justiça. Tal pessoa é conhecida não por suas falhas, mas por seu modo reto de viver; b) Quem admite ser pecador por natureza e confessa seu pecado a Deus na certeza de que terá o perdão, v.9. Conforme 2.1-2, tal perdão é mediante a obra de Cristo Jesus, realizada em favor do pecador; c) Quem admite a realidade do pecado, de que pode cair em pecado, cf. 2.1-2.
O que João procura demonstrar é que, diferente do que se pensa, a comunhão com Deus não é determinada por algum momento de êxtase espiritual, e sim, é determinada por uma conduta de retidão, de santidade, fundamentada na verdade (v.6), ou seja na Palavra. Percebemos que a comunhão com Deus envolve toda a nossa vida e não somente um instante dela, ou em outras palavras, para termos comunhão com Deus precisamos assumir uma postura de santidade na vida diária. Ao dizer isto, condenando aquelas práticas de culto em que se promove o êxtase, não estou negando a importância e a necessidade do culto como um momento de se buscar comunhão com Deus. Embora, mesmo o culto sendo um instante em que não se nega certa medida de emoção, quando cantamos e nos alegramos na presença de Deus, no entanto, deverá prevalecer sempre a percepção de que tal momento só contribuirá para aprimorar nossa comunhão com Deus, se formos instruídos pela Palavra da verdade e conduzidos a santidade.
Deus é luz, sendo assim, a comunhão com Ele só se dá se andarmos na luz, na prática da Palavra de Deus. Isto não implica em perfeição, contudo, implica em almejarmos a perfeição, deixando de lado o pecado a cada dia.
Deus quer ter comunhão com seu povo, e Ele mesmo em sua Palavra aponta de que forma isso deve acontecer.
Que Deus nos ajude, e nos ensine pela sua Palavra, a maneira correta de nos relacionarmos com Ele.

Doença Silenciosa

“Quando vier o Filho do homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc 18.8).

Existem algumas doenças que se manifestam silenciosamente. A pessoa não percebe que está doente. Se a pessoa não fizer consultas e exames periódicos, pode quanto menos se espera ser acometida de problemas sérios de saúde. Conheci uma pessoa que não tinha o cuidado de ir ao médico e muito menos de fazer exames periódicos. Em certa ocasião, trabalhando em seu sítio machucou o pé. O ferimento não sarava, no entanto, tal pessoa não se deu conta de que algo de errado pudesse estar lhe acontecendo. O que aconteceu foi que tempos depois foi internada com a taxa de glicose muito elevada. O quadro era irreversível. Ela entrou em coma, vindo a falecer dias depois de ter sido internada. Infelizmente, esta história é real e tem se repetido. Por isso, precisamos tomar medidas preventivas de saúde, para não sermos surpreendidos por uma doença que se manifesta silenciosamente.
Na vida cristã podemos também ser acometidos de problemas que afetam nossa saúde espiritual. Algumas doenças à semelhança daquelas que afetam silenciosamente nosso organismo, afetam também nosso espírito. Poderíamos mencionar algumas dessas doenças. Hoje iremos falar de uma delas. Por exemplo, existe uma doença que seu sintoma é a apatia espiritual. Trata-se de uma doença que afeta a sensibilidade espiritual da pessoa. A pessoa se sente bem, não percebe que aos poucos tem se tornado indiferente às coisas que lhe acontecem ou que antes eram importantes para ela. Esta doença não se manifesta de uma hora para a outra, trata-se de algo que se manifesta aos poucos, de maneira bem sutil, levando muitos ao óbito espiritual. Jesus falou dessa doença que seria como uma epidemia característica dos últimos tempos: “Quando vier o Filho do homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc 18.8). A pessoa acometida dessa doença, já não se preocupa com aquelas coisas ou exercícios espirituais que lhe fortaleciam a fé, tais como: oração, leitura bíblica, ser assíduo freqüentador dos cultos e reuniões semanais da igreja, participar dos sacramentos, visitar um irmão e etc. Para tal pessoa tais coisas um dia foram importantes, contudo, agora já não lhe fazem qualquer diferença. É assim que muitos crentes esfriam na fé. É assim que muitas famílias já não fazem parte da igreja. É assim que, muitas crianças filhas de pais crentes, crescem sem conhecer a fé cristã.
A forma de combatermos as doenças que afetam nosso organismo é nos submetermos a tratamentos médicos e principalmente tomarmos medidas preventivas. No que se refere a nossa saúde espiritual, precisamos também nos submeter a tratamento, mas de caráter espiritual. Precisamos sempre comparecer ao médico dos médicos, àquele que pode diagnosticar nosso problema e dar a cura. Davi orou: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139.23, 24). Precisamos assumir também, medidas preventivas, como utilizar adequadamente os meios dados por Cristo a sua Igreja, os quais ele utiliza para manifestar a sua graça, tais como, a Oração, os Sacramentos e a Pregação da Palavra.
Que Deus nos ajude a nos tornarmos convictos dos perigos espirituais a que estamos sujeitos e nos ajude a evita-los, assumindo uma conduta espiritual adequada.

Família: Modelo para a Igreja

Como saber se, determinada pessoa poderá ou não desempenhar bem o papel de oficial na Igreja? Além de prestarmos atenção se tal pessoa apresenta certos dons, devemos olhar para sua família. Devemos verificar se no que diz respeito a sua família, ele exerce liderança. Esta é uma das maneiras de identificarmos um líder. Por isso, quando Paulo fala a Timóteo acerca das qualificações dos oficiais, ele enfatiza este aspecto. Ele diz o seguinte ao apresentar as qualificações dos presbíteros: “É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher... e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?)” (1Tm 3.2, 4, 5). Algo semelhante diz também, com respeito aos diáconos: “O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a própria casa” (1Tm 3.12). Muitos através da forma como administram seu lar, estão demonstrando que não são aptos para administrar a Igreja de Deus. É claro que, quando dizemos isso, não queremos dizer que, um líder não terá dificuldades na administração do seu lar, ou que, se alguém passa por algum problema na família não seja apto para liderar a Igreja. Todos nós temos as nossas dificuldades, mas, o que certamente deve fazer a diferença é se tal pessoa, no relacionamento familiar, exerce liderança procurando dar direção a família. Muitos problemas familiares estão relacionados a falta de liderança do marido, do pai.
Percebemos desta forma, que a administração da Igreja de Deus é muito parecida com a administração familiar. A família serve de modelo para a Igreja. aliás, a Igreja é chamada de família de Deus. Assim como na família deve haver, respeito, amor, fidelidade, companheirismo, assim deve acontecer na Igreja. Muitos problemas na Igreja são reflexos dos problemas familiares. Esposo que fala mal da esposa, para os filhos, para outras pessoas, geralmente será alguém que na Igreja irá fazer o mesmo em relação aos irmãos. A falta de perdão na Igreja, pode ser reflexo da falta de perdão no lar, e assim por diante. Por isso é de fundamental importância escolhermos líderes para Igreja, que já tenham demonstrado capacitação ao liderar sua família.
Percebemos a importância fundamental que exerce a família no plano de Deus. Ela serve como célula embrionária para a Igreja. Com certeza podemos dizer, que tal função a família exerce em relação à sociedade de uma forma geral. A saúde da família está diretamente relacionada à saúde da Igreja. Famílias saudáveis formarão Igrejas saudáveis. O contrário, como já dissemos, é também verdade.
Concluímos que a família precisa receber a devida atenção e investimento, para que existindo de forma saudável e harmoniosa, possa contribuir para saúde da Igreja de Cristo.
Que Deus nos abençoe, iluminando nosso entendimento concedendo aos líderes familiares capacitação, para que dentre esses possamos escolher líderes, oficiais capazes para a liderança na Igreja.

Jesus o Pão da Vida

João 6.35, 48, 51
“Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo”.

Dentre tantas declarações feitas acerca de Jesus, uma delas é que ele é o pão da vida. Foi ele mesmo quem fez esta declaração, por ocasião daquele encontro com a multidão que o buscava não com o intuito de receber dele a vida eterna e seus ensinos, mas por ter enchido a barrida no dia anterior (Jo 6.1-15, 26).
Jesus se dirigi a tal multidão e a corrigi, dizendo que deveria trabalhar “não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna”, comida esta que seria dada pelo Filho do Homem. Continuando a falar com a multidão, Jesus declara ser ele o Pão da Vida que desceu do céu, e que portanto, poderia dar a multidão a subsistência para a vida eterna. Conforme as notas da Bíblia de Estudo de Genebra (p. 1229, 1240), nesta declaração há uma implícita reivindicação de sua divindade. Tal expressão lembra Êxodo 3.14, que fala do maná que descia do céu e que serviu de sustento para o povo durante o tempo que permaneceu no deserto. Durante quarenta anos o Senhor Deus sustentou o povo, dando-lhe pão.
O “pão” na Bíblia é sinônimo de todas as coisas que são necessárias para a subsistência. Esta figura portanto, não simboliza apenas a comida diária, mas, todas as coisas necessárias à sobrevivência, como roupa, calçado, abrigo e outras coisas vitais à vida. Por essas coisas trabalhamos diariamente. Lutamos todos os dias para proporcionar a nós e a nossa família, tudo quanto é necessário para a nossa sobrevivência. Quando Jesus reivindica ser o Pão da Vida, ele demonstra com isso, ser o elemento indispensável para a nossa vida espiritual. Sem ele estamos mortos, espiritualmente falando. Sem ele diariamente em nossa vida, não podemos continuar a viver espiritualmente. Se não o buscamos constantemente – pela oração e pela Palavra – podemos nos tornar desnutridos espiritualmente falando.
Para termos mais de Cristo, precisamos recorrer a fonte que o revela, a Bíblia. Por meio da Palavra podemos conhece-lo mais e mais e nos alimentar do seu Evangelho. O Evangelho de Cristo é a sua própria voz.
Cuidemos para não nos tornarmos como aquela multidão, que procurava Jesus pelas razões erradas. Aquela multidão só se preocupava em seguir a Jesus por ter enchido o ventre. O mais precioso alimento que Jesus lhe podia acrescentar era desprezado. Nos esforcemos para receber e proporcionar a nossa família, do alimento indispensável para termos vida espiritual, comunhão com Deus. Façamos uso dos meios dispensados a nós para obtermos mais do Pão da Vida, ou seja, a oração, a Palavra e os sacramentos. Se privarmos a nós mesmos e a nossa família de tais meios, deixaremos de obter do alimento espiritual, que é Cristo.
Nos dias em que vivemos, tumultuados e cheios de necessidades, somos pressionados a nos comportarmos como aquela multidão, ou seja, preocupados apenas com as nossas necessidades mais imediatas e ou terrenas, deixando de buscar aquele alimento mais precioso, o Pão da Vida. Isso é demonstrado em muitas de nossas petições dirigidas a Cristo, resumidas às vezes em pedidos por necessidades básicas de subsistência. Não que Jesus não esteja interessado em nos proporcionar os recursos para a subsistência. É claro que está. No entanto, deveríamos recorrer a ele, acima de tudo, para obter dele o alimento mais precioso que pode nos oferecer, ou seja, o Pão da Vida, o alimento para a subsistência eterna. Foi ele mesmo quem disse: “trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna”.
Por qual comida temos trabalhado? Qual delas têm recebido a prioridade? Por qual temos nos esforçado mais? Nossas atitudes e preocupações podem revelar por qual temos lutado.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Fazendo uma Faxina em nosso Coração

A maioria de nós tem o hábito de acumular em casa, objetos quebrados, papéis velhos, roupas usadas e uma série de coisas que deixamos de usar e que não conseguimos nos desfazer rapidamente. Alguns têm até mesmo uma estante ou um canto da casa onde acumula tais coisas. De vez em quando, tomamos coragem e fazemos uma limpeza geral e damos fim a todas aquelas tralhas. Quando assim agimos, melhoramos o ambiente, desocupamos espaço para ser ocupado por algo mais útil e necessário.
Em nosso viver no que diz respeito aos nossos sentimentos, relacionamentos, parece que acontece algo semelhante ao que disse acima. Os conflitos e dificuldades que surgem nas diversas esferas de nosso relacionamento, seja com os nossos parentes, amigos ou com nossos irmãos na fé, quando não resolvidos, geram ressentimentos, mágoas, ausência de perdão, tristezas que com o passar do tempo, são acumulados e guardados no coração. Assim, fazemos de nosso coração “aquele cantinho”, semelhante àquele que temos em nossa casa, onde acumulamos as coisas inúteis. É por esse motivo que existem pessoas amarguradas, que volta e meia estão se reportando a conflitos e ressentimentos do passado.
A “limpeza” desse “cantinho”, se faz necessária. Precisamos acabar e por um fim a tudo aquilo que nos impede de ter um relacionamento sincero, verdadeiro, amoroso seja com quem for ou com quem tivemos alguma dificuldade.
Não foi à toa que Jesus nos ensinou a procurar aquele que pecou contra nós (Mt 18.15). Quando fazemos o que Cristo diz, não damos chance para que a mágoa ou ressentimento se acumule, pois, confrontando fraternalmente o irmão preparamos o terreno para que o perdão seja cultivado (Mt 18.21, 22). Há pessoas que evitam qualquer argüição e por isso nunca têm suas pendências resolvidas.
O que Paulo diz em Efésios 4.31-32 e 5.1-2, é importante também. Se o perdão fosse uma prática vivida sempre por todos e se imitar a Deus fosse um alvo, certamente, não haveria tantas coisas inúteis acumuladas na vida de muitos. Por certo, não haveria tantos irmãos que não se falam. Por certo, o amor, a paz entre os irmãos, seriam virtudes cada vez mais reinantes.
Tudo o que foi dito até aqui, acima de tudo, deve ser uma atitude assumida no convívio familiar. Hoje em dia, a razão de muitas famílias não desfrutarem de um convívio harmonioso e a razão de tantos casamentos desfeitos, tem o mesmo problema como raiz, ou seja, o acúmulo de ressentimentos e tantas outras coisas inúteis que servem apenas para ocupar lugar em nosso coração. A limpeza proposta acima deve ser uma prática assumida no relacionamento familiar. Quantas vezes em ocasião em que há novo desentendimento, por entre cônjuges, aquela mágoa guardada, resultado de um desentendimento ocorrido há tanto tempo no passado, é trazida à tona, servindo de vantagem par um dos cônjuges na disputa. O que ocorre, é semelhante como se pegássemos aquele objeto que não tem conserto, guardado no fundo do armário e o mudássemos de lugar ou o deixássemos no meio do caminho estorvando a passagem. O ideal é que tal objeto pudesse ter um outro destino, ou seja, o lixo. Da mesma forma, precisamos deitar fora aquela mágoa, ou aquele ressentimento ou tantos outros sentimentos que estão estorvando e ocupando o lugar em nosso coração, nos impedindo de ter um relacionamento familiar saudável, prazeroso, e que serve apenas para causar mais problemas. Para isso, precisamos exercitar o perdão, a conversa franca, instrumentos indispensáveis para a tal “faxina” proposta.
Que Deus nos abençoe, nos auxiliando a desenvolver um relacionamento saudável em todos os âmbitos e principalmente no familiar.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O valor de uma mãe: Reflexo do cuidado de Deus para com seus filhos

Dentre várias figuras usadas nas Escrituras para se referir ao cuidado providencial de Deus, encontramos a figura da mãe. No Salmo 131.2, Davi usa a imagem de uma criança desmamada que se aquieta nos braços de sua mãe, para representar o perfeito contentamento e confiança que ele desfrutava em Deus: “[...] como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo”. Sobre isso lemos na Bíblia de Estudo de Genebra, p. 711: Deus é o Criador tanto do homem quanto da mulher. O cuidado e a proteção que são a força de uma mãe são um reflexo de um dos aspectos do próprio caráter de Deus (Pv 8; Is 66.12-13)”.
No Salmo 57.1, Davi também se refere ao cuidado de Deus do qual ele desfrutava, como se fosse o cuidado de uma ave-mãe que acolhe seus filhos debaixo de suas asas, protegendo-os do calor, do frio e do perigo: [...] à sombra.de suas asas me abrigo, até que passem as calamidades. Jesus também usou esta última figura, em Mateus 23.37, para expressar o que ele desejou fazer com Jerusalém.
A importância e o valor de uma mãe já foram retratados por diversos poetas, mas, o seu papel usado nas Escrituras para exemplificar o cuidado de Deus dispensado aos crentes, torna ainda mais relevante e magnífico o seu papel. Percebemos que, quando a mãe dispensa cuidado a seu filho, lhe proporcionando proteção e sobrevivência, torna-se reflexo, representação de Deus diante da criança. Em outras palavras, a criança aprende como Deus é em seu cuidado e caráter (ver Is 66.12-13). Assim, a mãe como ser criado à imagem e semelhança Deus, cumpre o seu dever imitando a Deus: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados” (Ef 5.1). Muitas vezes, não nos apercebemos da importância do trabalho de uma mãe. No entanto, percebemos nas Escrituras, que a função materna é tão relevante, que o próprio Deus fez uso desta função para exemplificar o cuidado que dispensa a seus filhos. Assim, para melhor compreendermos o amor de Deus para com seus filhos, é nos dito nas Escrituras que tal amor é semelhante ao amor de mãe (embora este – da mãe – sirva apenas como uma pequena demonstração daquele – de Deus).
Louvamos a Deus pela existência de nossas mães. Por meio delas recebemos todo o cuidado e proteção, e acima de tudo, olhando para elas, podemos aprender acerca de um Deus gracioso, que amorosamente cuida de cada um de seus filhos. Oramos para que Deus faça cada mãe convicta de sua importância, e assim, possam desenvolver seu papel com maior dedicação.
Que Deus abençoe continuamente nossas mães, concedendo-lhes força e graça, para refletirem o caráter de Deus por meio de suas vidas.

A família de José e a nossa Família

Uma das histórias mais belas da Bíblia – em minha opinião – é a de José e sua família. Podemos aprender bastante com tal história. Isto não pelo fato de José e sua família, serem um modelo de perfeição, e sim, pelo fato de percebermos na vida de José e seus irmãos a ação da graça de Deus.
Quando lemos o livro de Gênesis a partir do capítulo 37, percebemos que as falhas de Jacó como pai, a insubmissão de seus filhos mais velhos e a atitude antipática de José para com seus irmãos, causaram males terríveis àquela família, quase que irreparáveis, se não fosse a ação da graça de Deus. A despeito da gravidade da situação familiar provocada, Deus conforme sua vontade, fez com que todas as coisas convergissem de tal forma, que houvesse oportunidade favorável para que o perdão fosse buscado, e a reconciliação de José com seus irmãos acontecesse. Deus agiu de tal forma, demonstrando sua soberania, fazendo com que todo o mal praticado convergisse para o bem de toda a família de José, a ponto de, serem salvos de morrerem por causa da fome que atingiu a terra de Canaã, onde eles viviam. Isto fica claro nas palavras de José a seus irmãos: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida” (Gn 50.20).
“Onde abundou o pecado, superabundou a graça” de Deus (Rm 5.20). A graça de Deus é mais poderosa do que o pecado, por isso, os efeitos dela podem corrigir quaisquer conseqüências do pecado.
Não há nada tão terrível no contexto familiar, que a graça de Deus não possa reparar. Se acreditarmos na ação poderosa da graça de Deus, não iremos desistir de nossa família, de nosso casamento.
Em nossa época é triste constatarmos a fragmentação da família, e mais triste ainda, é percebermos que os crentes não são exceção nisso. No contexto cristão, isto tem acontecido devido à falta de confiança e dependência da graça de Deus. Não estamos livres de problemas familiares, de desentendimentos, de mágoas. No entanto, não podemos ser incrédulos, achando que a graça de Deus não possa restaurar a nossa família, visto que a situação nos pareça tão grave a ponto de não haver redenção para ela. Se tal confiança fosse uma realidade para todos os crentes, não teríamos, como temos visto hoje em dia, casais se separando, pois, confiando na graça de Deus esperariam pelo seu socorro e restauração.
Família feliz, não é aquela que não passa por problemas, e sim aquela que em meio às dificuldades, confia que a graça de Deus é poderosa para ajuda-la seja qual for à situação e trazer solução àquele problema que humanamente falando, é impossível de solução.
Que Deus abençoe as nossas famílias, e que em meio às dificuldades, confiemos na graça do Senhor!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Dinheiro é Uma Questão Espiritual

“Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males [...].” (1Tm 6.10a)

Pode parecer estranho para alguns o título desta pastoral, contudo, se analisarmos bem a questão levantada, concluiremos que de fato, “Dinheiro é Uma Questão Espiritual”. Os Guinness em seu livro “O Chamado” (p. 142), editado pela Cultura Cristã, trata sobre esse assunto e faz algumas afirmações importantes conforme se segue: “No centro do significado do dinheiro estão numerosas perguntas, tais como: ‘Por que há um problema?’. É significativo que o domínio do dinheiro na sociedade moderna coincida com o desaparecimento do pensamento moderno sobre a questão da avareza [...] Através da história o problema mais universalmente reconhecido do dinheiro era que sua procura é insaciável. Enquanto procuramos dinheiro e possessões, notam os observadores, a busca se torna em desejo jamais satisfeito que alimenta a avareza – descrita na Bíblia como a vaidade de ‘correr atrás do vento’, e pelos modernos como um vício. A própria palavra hebraica para dinheiro (kesef) vem de um verbo que significa ‘desejar’ ou ‘almejar alguma coisa’ [...] Tradicionalmente, tem sido descrito melhor como uma forma de sede espiritual que nunca pode se saciar. Essa incapacidade toca em duas áreas: obter o que não temos e agarra-lo sem abrir mão do que temos. [...] a insaciabilidade sempre foi vista como sinal de outras necessidades – poder, proteção, aprovação, e assim em diante. [...] a insaciabilidade é muitas vezes ligada ao ser consumido. Os indivíduos e as sociedades que se dedicam ao dinheiro logo são devorados por ele”.
O que Os Guinness diz sobre a questão espiritual do dinheiro, ou seja, sobre o perigo do pecado da avareza, não se trata de uma constatação particular sua, visto que, trata-se de algo tantas vezes denunciado nas Escrituras (Mt 6.19-21, 24; 1Tm 6.10). A Bíblia fala, conforme os textos citados – e conforme outros exemplos como do homem rico (12.13-21), do jovem rico (Lc 18.18-30), de Judas Iscariotes (Lc 22.3-6), Ananias e Safira (At 5.1-11) – sobre o perigo do amor ao dinheiro, sobre a vaidade ligada as possessões, sobre o perigo de nos tornarmos materialista, consumista e tantos “istas”, que afogam a nossa sociedade e sufocam o amor. Os crentes em Cristo Jesus, devem ter um relacionamento responsável com o dinheiro. O dinheiro em si não é mau, contudo, quando mal administrado e investido em coisas supérfluas, ou não investido da forma como Deus requer, se torna um problema que pode levar a ruína espiritual.
Os Guiness em seus comentários ainda diz algo interessante: “Em nossos dias dizem que seguindo o colapso do totalitarismo soviético, o maior perigo ocidental é o ‘totalitarismo do mercado’ ou ‘imperialismo econômico’. ‘No que é que o economista economiza?’ pergunta-se. A resposta é ‘amor’. Num sistema de mercado que opera estritamente sobre lucros e perdas, uma sociedade passa a viver com menos amor que sob qualquer outro sistema. A sociedade [...] economiza no amor”.
Uma maneira de sabermos como temos lidado com o dinheiro é verificamos no que temos investido nossa renda, se em tais investimentos tem sobrado espaço para o amor, ou se somos controlados pelo desejo insaciável de ter, possuir. A fidelidade nas contribuições, ou seja, dízimos, ofertas, e outras formas de contribuição, trata-se de uma forma de regularmos nosso apego ao dinheiro e não economizarmos no amor. Geralmente, pessoas displicentes em suas contribuições, são aquelas que apresentam problemas com o dinheiro e com os males decorrentes de seu mau uso.
Que Deus nos ajude a lidarmos de forma adequada com o dinheiro. Que possamos como sermos tementes a Ele, utilizarmos os meios estabelecidos por Ele mesmo – como a contribuição por meio dos dízimos e ofertas – para não nos tornarmos avarentos e econômicos no amor.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O auditório de UM SÓ

“Sonda-me, ó Deus e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos [...]” (Sl 139.23)

“A maioria de nós, quer estejamos ou não cônscios disso, fazemos as coisas com o olho na aprovação de algum auditório. A questão não é se temos um auditório mas qual o auditório, qual o ouvinte, que temos.” Esta observação, quem faz é Os Guinness em seu livro O Chamado, editado pela Editora Cultura Cristã.
Os Guinness, toca em um ponto muito importante e que raramente percebemos, ou seja, nossa preocupação em fazer as coisas de tal maneira que tenhamos a aceitação das pessoas, em vez de fazer tudo de tal maneira que seja agradável Àquele que tudo sabe e tudo vê. O que irão pensar de mim? Terei aceitação das pessoas? Essas e outras perguntas passam a determinar nossas ações e comportamento, demonstrando que buscamos aceitação de um auditório que não deveria ter a prioridade. Percebam que as perguntas deveriam ser direcionadas a outro auditório, ao auditório de UM SÓ. Deveríamos, independente da popularidade de nossas ações, se aceitas ou não pelas pessoas ao nosso redor, nos preocupar com a aceitação ou não de nossas ações perante Deus. Aquele que tudo vê, que tudo ouve, que tudo sabe, está satisfeito comigo? O que tenho feito lhe tem sido agradável? Está é a sua vontade?
Comentando Mateus 6.1-4, Os Guinness diz o Seguinte: “Jesus intensifica essa mesma ênfase. Ele lembra aqueles a quem chama que o Pai ‘sabe e ‘vê’. Deus nota a andorinha que saltita sobre o chão, e numera os próprios cabelos da cabeça de seus seguidores. Contrário ao desejo humano universal de exibir a virtude e dar a fim de ser reconhecido e honrado, Jesus requer que nossas boas obras sejam feitas em secreto. ‘Então vosso Pai, que vê em segredo, vos recompensará’”. Portanto, conforme o texto citado e o comentário que tal autor faz, a nossa preocupação com o que fazemos ou deixamos de fazer, deve estar acima de tudo, com o que Deus irá pensar, Ele que a tudo vê e recompensa, mesmo quando tal ação for realizada em segredo.
No Salmo 139, o salmista Davi demonstra que Deus é aquele que conhece todas as suas ações e que nada foge ao seu conhecimento. Conforme o Salmo, podemos entender, que para onde quer que vamos Deus ali está e conhece. Não há como fugir de sua presença e portanto, isto deve produzir em nós temor e um coração contrito: “Vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139.24). Tudo o que está em nosso coração e até mesmo nossa motivação para realizar algo, é por Ele conhecido. Desta forma, não deveríamos nós, nos preocupar antes com o que o nosso Deus e Senhor acha? Deveríamos temer antes a este Auditório e não nos preocupar com os demais. Muitas vezes fazer a vontade de Deus, obedecendo a sua Palavra, pode nos conduzir a impopularidade.
Com qual auditório temos estado preocupados? A quem temos demostrado obediência e a quem temos agradado?
Viver diante do auditório de UM SÓ, transforma todas as nossas realizações. Os Guinness diz ainda: “É por essa razão que o heroísmo centrado em Cristo não precisa ser notado ou publicado. Os maiores feitos são realizados perante o auditório de Um Só, e isso basta. Os que são vistos e louvados por este único Ouvinte podem se despreocupar com auditórios menores”.
Que nossa preocupação, em todas as nossas obras, seja em agradar Aquele que nos chamou para si.