quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Implicações Práticas da Encarnação de Cristo - João 1.14

               João inicia seu Evangelho falando acerca da encarnação do Verbo de Deus. Ele identifica o Verbo de Deus, a Palavra de Deus que esteve presente na criação com Cristo Jesus. Ele procura combater uma heresia que surgira no seu tempo, conhecida como docetismo, que ensinava que o Cristo tinha apenas aparência de homem. Tal heresia ensinava, que o Cristo não era homem de fato.
João começa demonstrando que aquele que esteve entre eles se fez homem. Em sua primeira epístola, João demonstra que o Verbo da Vida foi visto, apalpado, portanto, deixando claro ser ele de fato homem de carne e osso. Ele está afirmando que o Verbo de Deus, Deus mesmo, se tornou um de nós. Ele assumiu a natureza humana tornando-se um como os homens, sujeitando-se à todas as debilidades a que estamos sujeitos, porém sem pecado. Cristo sentiu fome, sede, sono, e foi tentado a nossa semelhança (Mt 4.1-11).
Cristo se tornou homem, para que pudesse sofrer no lugar de homens. O autor de Hebreus vai dar ênfase a essa doutrina da encarnação, demonstrando esta identificação com a humanidade, assumida por Cristo, por causa da encarnação. Ver Hebreus 2.14-18; 4.15. Como decorrência desta doutrina, o autor de Hebreus nos encoraja a confiar em Cristo Jesus. A conclusão é a seguinte: se ele sofreu como nós, portanto, ele pode nos socorrer.
João também afirma, que Cristo estabeleceu morada aqui entre nós. No deserto, no tabernáculo, Deus habitava com seu povo, assim também, e de forma mais plena Cristo veio “tabernacular” entre nós, ou seja, fazer residência.
Na nossa versão a frase “cheio de graça e de verdade” é vinculada ao Verbo. No entanto, há evidências que no original grego tal frase possa ser vinculada a glória de Deus. Moisés quando pediu para ver a glória de Deus, recebeu a seguinte resposta: “Farei passar toda a minha bondade diante de ti e te proclamarei o nome do Senhor; terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer” (Ex 33.19).
Desta forma, a glória de Deus pode ser vista em sua bondade e verdade. Isto é importante para nós, numa época em que as pessoas desejam ver a glória de Deus. A glória de Deus pode ser vista no fato dele manifestá-la em seu filho por meio de sua bondade e verdade. Moisés viu a glória de Deus e clamou: “Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade” (Ex 34.6). A glória que Moisés viu se revelou de forma mais plena na pessoa de Cristo Jesus, o Verbo de Deus. Esta glória pode ser vista por nós na misericórdia e bondade que nos têm sido manifestadas na salvação que nos chegou. Temos visto a glória de Deus revelada em Cristo Jesus e a temos conhecido, por meio de seus feitos salvíficos.
Que conforto para nós saber que temos um salvador, o Deus encarnado, que se compadece de nós, pois é um igual a nós. Que sofreu o que sofremos e pode nos socorrer. Que conforto é saber que Deus veio fazer morada conosco e que hoje habita em nós pelo seu Espírito. Que maravilha poder contemplar a glória de Deus por meio de sua bondade e verdade.

Pr. Valdemar A. S. Filho