terça-feira, 15 de junho de 2010

Jesus o Pão da Vida

João 6.35, 48, 51
“Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo”.

Dentre tantas declarações feitas acerca de Jesus, uma delas é que ele é o pão da vida. Foi ele mesmo quem fez esta declaração, por ocasião daquele encontro com a multidão que o buscava não com o intuito de receber dele a vida eterna e seus ensinos, mas por ter enchido a barrida no dia anterior (Jo 6.1-15, 26).
Jesus se dirigi a tal multidão e a corrigi, dizendo que deveria trabalhar “não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna”, comida esta que seria dada pelo Filho do Homem. Continuando a falar com a multidão, Jesus declara ser ele o Pão da Vida que desceu do céu, e que portanto, poderia dar a multidão a subsistência para a vida eterna. Conforme as notas da Bíblia de Estudo de Genebra (p. 1229, 1240), nesta declaração há uma implícita reivindicação de sua divindade. Tal expressão lembra Êxodo 3.14, que fala do maná que descia do céu e que serviu de sustento para o povo durante o tempo que permaneceu no deserto. Durante quarenta anos o Senhor Deus sustentou o povo, dando-lhe pão.
O “pão” na Bíblia é sinônimo de todas as coisas que são necessárias para a subsistência. Esta figura portanto, não simboliza apenas a comida diária, mas, todas as coisas necessárias à sobrevivência, como roupa, calçado, abrigo e outras coisas vitais à vida. Por essas coisas trabalhamos diariamente. Lutamos todos os dias para proporcionar a nós e a nossa família, tudo quanto é necessário para a nossa sobrevivência. Quando Jesus reivindica ser o Pão da Vida, ele demonstra com isso, ser o elemento indispensável para a nossa vida espiritual. Sem ele estamos mortos, espiritualmente falando. Sem ele diariamente em nossa vida, não podemos continuar a viver espiritualmente. Se não o buscamos constantemente – pela oração e pela Palavra – podemos nos tornar desnutridos espiritualmente falando.
Para termos mais de Cristo, precisamos recorrer a fonte que o revela, a Bíblia. Por meio da Palavra podemos conhece-lo mais e mais e nos alimentar do seu Evangelho. O Evangelho de Cristo é a sua própria voz.
Cuidemos para não nos tornarmos como aquela multidão, que procurava Jesus pelas razões erradas. Aquela multidão só se preocupava em seguir a Jesus por ter enchido o ventre. O mais precioso alimento que Jesus lhe podia acrescentar era desprezado. Nos esforcemos para receber e proporcionar a nossa família, do alimento indispensável para termos vida espiritual, comunhão com Deus. Façamos uso dos meios dispensados a nós para obtermos mais do Pão da Vida, ou seja, a oração, a Palavra e os sacramentos. Se privarmos a nós mesmos e a nossa família de tais meios, deixaremos de obter do alimento espiritual, que é Cristo.
Nos dias em que vivemos, tumultuados e cheios de necessidades, somos pressionados a nos comportarmos como aquela multidão, ou seja, preocupados apenas com as nossas necessidades mais imediatas e ou terrenas, deixando de buscar aquele alimento mais precioso, o Pão da Vida. Isso é demonstrado em muitas de nossas petições dirigidas a Cristo, resumidas às vezes em pedidos por necessidades básicas de subsistência. Não que Jesus não esteja interessado em nos proporcionar os recursos para a subsistência. É claro que está. No entanto, deveríamos recorrer a ele, acima de tudo, para obter dele o alimento mais precioso que pode nos oferecer, ou seja, o Pão da Vida, o alimento para a subsistência eterna. Foi ele mesmo quem disse: “trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna”.
Por qual comida temos trabalhado? Qual delas têm recebido a prioridade? Por qual temos nos esforçado mais? Nossas atitudes e preocupações podem revelar por qual temos lutado.

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