sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Reflexões de um Pastor/mecânico sobre as “subidas”, digo, provações da vida - 1Pedro 1.6-7

 




Perto de minha casa há uma subida muito forte. Sempre digo que ali é um ó timo lugar para se testar um veículo pesado, como um caminhão ou ônibus. De vez em quando, o trânsito de uma das faixas é interrompido, por um desses veículos, que apresenta problema mecânico. Tudo ia muito bem, ou aparentemente bem, mas, ao começar a subida os  defeitos mecânicos se revelam. É claro que tal veículo já estava dando algum sinal de problema. Talvez a manutenção estivesse atrasada ou alguma peça mecânica já tivesse que ter sido trocada. Só passam no teste daquela subida, os veículos que estão em dia – mecanicamente falando.

Na vida cristã ocorre algo parecido. Tudo parece estar bem, enquanto não pegamos uma “subida”. Me refiro aqui, às provações e circunstâncias difíceis. Esteja certo que não foi por acidente que você teve que pegar aquela “subida”. Deus ordena cada uma das lutas em nossa vida, a fim de provar-nos, testar a nossa fé e criar em nós resistência. É claro que as vezes, não conseguimos “subir”, pois, desanimamos, nos sentimos fracos, incrédulos. As “luzes do painel” sempre indicam algum problema. Em tal situação, precisamos examinar “o sistema de transmissão” de nosso coração. Em quem ou que temos colocado o nosso coração? Precisamos executar a “manutenção”. Precisamos “trocar os filtros de combustível” (oração). As vezes, só lembramos de orar quando os problemas aparecem. Precisamos adicionar “aditivo no líquido do radiador”, adicionar “aditivo de combustível”, ou seja, quero dizer que precisamos da Palavra de Deus (leitura e pregação, ouvir e praticar), pois, é a Palavra que nos dará “potência”, para “subir” e enfrentar as piores “subidas”, sem que o “motor aqueça”. Precisamos conferir o “aperto” dos “parafusos do cabeçote” a fim de sanar “vazamentos de óleo” ou “vazamentos de compressão”. Quero dizer que sua comunhão com os irmãos deve estar em dia. Você não pode achar que terá força, sem a vida de comunhão com os irmãos na igreja, fortalecida pela participação nos sacramentos. Deus ordenou os meios de graça – oração, pregação da Palavra e sacramentos – a fim de que você encontre “potência” (graça), para suportar as “subidas”.

Quando vejo algum veículo parado na subida perto de casa, como mecânico, logo já penso em alguns problemas que podem ter ocorrido. Se fosse chamado (não exerço mais a profissão) para verificar o problema, começaria logo de cara a fazer algumas perguntas: Faltou combustível? Ferveu o radiador? Faltou óleo? Uma olhada rápida e verificação de itens básicos, poderiam revelar o problema. Assim também é na vida cristã. Quando vejo algum cristão “parado na subida”, descrente ou desanimado na fé diante de alguma provação, como Pastor, posso pensar em algumas perguntas: Tem feito uso dos meios de graça (Oração, Palavra e Sacramentos)? Como está o relacionamento com a igreja (comunhão com os irmãos)?

Na vida sempre teremos “subidas”, ou seja, sempre passaremos por provações. Se a “manutenção espiritual” de sua vida estiver em dia, certamente você terá “potência”, para transpor na dependência de Deus, cada “subida” e estar pronto para outras “subidas”. É para isso que servem as “subidas”, as provações, ou seja, servem para testar a nossa fé e torná-la mais resistente. E assim que Deus trabalha em nós. A “manutenção” em dia, não elimina as “subidas”, mas, o ajudará a enfrentá-las.

 


sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Judas Iscariotes e os governantes populistas

 



Em João 12, enquanto Jesus se preparava para a sua morte, Maria, sua discípula, “tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos” (v.3). Judas Iscariotes, o traidor, logo interveio de uma forma muito “piedosa”: “Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários e não se deu aos pobres?” (v.5). É claro que o interesse de Judas pelos pobres não era legítimo. Ele estava preocupado com o seu próprio bem-estar. Sua preocupação era que a bolsa estivesse cheia e ele pudesse subtrair dela alguma moeda.

Não se engane, pois, nem sempre aquele que diz ter interesse em abençoar os pobres, tem em vista exatamente isto. Como podemos ver, até mesmo entre os discípulos de Jesus havia aquele que usava desse expediente, com o fim de engordar o próprio ventre.

Governantes populistas sempre levantam a bandeira de ajuda aos necessitados, mas, não o fazem com interesse legítimo, sincero. Ao invés de proporem planos de governo que efetivamente contribuam para o progresso do país e consequentemente tirem pessoas da pobreza, propõem ao invés, aumentar os pacotes de ajuda aos necessitados, perpetuando a pobreza e a dependência do estado. No entanto, é claro que fazem isto, não por terem um interesse legítimo ou sincero, mas porque estão de olho em sua popularidade e pensando em se perpetuar no poder. Em outras palavras, estão pensando na reeleição.

Como pode um país ser governado de forma minimamente justa, se seus governantes governam com o fim de se perpetuar no poder? Como pode um país deixar no passado as suas mazelas, se os seus governantes, só pensam neles mesmos e governam para si mesmos?  Tal como Judas Iscariotes, tais governantes, não podem ser louvados por suas “medidas de combate à pobreza”, antes, devem ser denunciados como traidores egoístas.