sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Planejamento e confiança em Deus


Tiago 4.13-17

Nós brasileiros de um modo geral não somos organizados. Não gostamos de planejamento, de traçar metas. Achamos até mesmo, que há algo de espiritual nisto, pois, afinal de contas, o futuro pertence a Deus. E quando nos deparamos com um texto como o de Tiago 4.13-17, ai, ainda mais, achamos que de fato há algo de espiritual em sermos desorganizados. É verdade, que o futuro pertence a Deus, mas, Tiago não está exatamente desestimulando o planejamento, a organização, e o pensar no futuro. A “briga” de Tiago na passagem mencionada, não é contra aquelas pessoas que são organizadas, que planejam seus negócios, que confiam em suas capacidades, e portanto, são otimistas quanto ao futuro e o sucesso de seus empreendimentos. Não, definitivamente não. Sua “briga” é com aquelas pessoas que confiam excessivamente em si mesmas, que, são tão autoconfiantes que acham que está nelas a capacidade de definir o futuro. Tais pessoas são presunçosas, jactanciosas. Tais pessoas se esquecem que, apesar de ser saudável planejar e de ter uma pitada de autoconfiança, no entanto, não está nelas o poder de definir o futuro, ou o resultado de seus planejamentos.
Tiago nos ensina na passagem citada, que todo o resultado de nosso planejamento, quanto ao futuro de nossos empreendimentos e ou de nossa vida, depende somente de Deus. Quem somos nós para definir nosso futuro? Tiago diz que somos apenas, “como neblina que aparece por instante e logo se dissipa” (v.14). Portanto, diante do imprevisível, daquilo que não está em nosso controle, do futuro que não podemos definir ou prever, devemos nos submeter a vontade de Deus. Somente Deus tem o controle sobre o futuro e pode fazer com que nosso planejamento alcance resultado favorável ou conforme planejamos.
É claro que a declaração “se Deus quiser” – que sai de nossa boca quase que automaticamente, quando o assunto é o futuro – não deve ser uma declaração apenas da “boca pra fora”. Tal declaração é bíblica, ensinada por Tiago (v.15). Certamente, tal declaração, deve ser expressão de um coração dependente de Deus, que verdadeiramente se submete a vontade de Deus.
Planeje seu futuro. Faça poupança. Seja previdente. Seja prudente. Faça seguro. Seja organizado. No entanto, não seja presunçoso. Submeta tudo a Deus. Saiba que somente Deus tem em suas mãos o futuro. Somente Deus pode – se ele quiser – levar a cabo nossos planos e projetos.
Nosso futuro pertence a Deus e 2019 será como o Senhor quiser.


“O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR” (Pv 16.1).

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Tratamento para o Sofrimento da Alma


“A minha alma está profundamente perturbada”
Salmo 6.3

Tristeza, melancolia, dor, abatimento, depressão, estes são sintomas que podem recair sobre qualquer pessoa. A nossa existência humana pós-queda – ou  seja, desde o pecado de Adão no Éden – é marcada por tais sintomas. Ninguém está livre deles. Em algum momento da vida, seremos afligidos por acontecimentos, tragédias, doenças, perdas, que nos farão sentir algum desconforto ou abatimento, que poderá ter um período prolongado ou curto. Além de tudo isso, soma-se a nossa fraqueza e vacilação espiritual, que potencializa as causas de nosso sofrimento, lançando-nos numa tristeza ainda maior.
Há diversos livros, estudos, que tratam sobre os sofrimentos da alma. Se lermos o livro dos Salmos iremos nos deparar com essa problemática. A grande questão que inquieta a todos, diz respeito a maneira de como lidar com os sofrimentos da alma. Neste caso, muitas poderão ser as respostas e é claro, considerando-se a complexidade do tema, precisamos ponderar acerca de cada uma delas, visto que, o sofrimento da alma, pode ter causas diversas, desde, mudanças hormonais à questões espirituais. No entanto, seja qual for a causa, é de fundamentalmente importância, considerarmos o tratamento bíblico para essa questão.
Em tempos remotos, como o de Davi, quando não existiam os especialistas, nem tão pouco a gama de medicamentos, estimulantes e etc., o salmista, não recorria a outra solução, senão a graça de Deus. Com isto, não quero dizer, que os especialistas ou os medicamentos modernos, são a saída para o sofrimento da alma, e que portanto, são uma solução melhor e mais moderna, tornando ultrapassado o recurso da graça de Deus. Não, não é isso. O que estou tentando demonstrar é que para homens como Davi, que não tinham outra opção, a graça de Deus era o recurso suficiente e eficiente para ajuda-lo, quando se sentia abatido e desanimado. Era a graça de Deus que o ajudava a sair de seu abatimento e o ajudava a seguir em frente e renovava suas forças: “Volta-te, Senhor, e livra a minha alma; salva-me por tua graça” (Sl 6.4). Davi recorria àquele que podia ouvir e se compadecer de sua angústia (Sl 6.9). O que ocorre em nossos dias é o contrário, ou seja, despreza-se o recurso da graça de Deus, escolhendo os recursos modernos, que muitas vezes, funcionam como paliativos.
Já disse acima, que precisamos ponderar sobre as diversas respostas para o sofrimento da alma, pois, as vezes, por exemplo, apenas uma regulação hormonal resolve a questão. Neste caso, só uma especialista poderá dar o diagnóstico correto. Contudo, se por um lado não podemos ignorar as vozes dos especialistas, por outro lado, não podemos nunca prescindir, dispensar a graça de Deus, pois, ela sempre nos será suficiente e eficiente em qualquer circunstância. Certamente, a graça de Deus fará a diferença em qualquer tratamento. Seja qual for a causa do nosso sofrimento da alma, devemos entender que sua causa principal é o pecado, ou seja, se dá em razão de nossa existência pós-queda. Sendo assim, o remédio de Deus para o pecado é a sua graça atuando por meio da obra de nosso Senhor Jesus Cristo. Este remédio, não podemos prescindir em tempo algum.


sexta-feira, 28 de setembro de 2018

As eleições de 2018 e o eleitor cristão – Parte 2


Em Romanos 12.2, a ordem bíblica para o crente é: “não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. A ordem segue em duas direções.
Primeiro, não podemos tomar a forma, nos tornar conforme, nos conciliar, nos adequar a este século. A palavra século significa, mundo, o caráter e a conduta do ser humano. Como cristãos nossa conduta não deve se adequar a forma e os valores deste mundo.
Segundo, “a atitude mental do crente deve ser determinada pelo conhecimento do evangelho, mediante o poder do Espírito e pelos interesses da vida por vir [...] e não pelas modas passageiras desta época (2Co 4.18; 1Jo 2.17). Somente através dessa renovação santificadora o crente torna-se sensível o bastante para ‘provar’ (discernir) o comportamento que está em consonância com a vontade de Deus em cada situação” (Bíblia de Estudo de Genebra, p. 1337).
Certamente, não tomar o formato deste mundo e discernir a vontade de Deus em cada situação inclui, também, como votar nas eleições de 2018. Como cristãos, o evangelho de Cristo de Jesus deve nos afetar em nossa escolha. Os cristãos não devem ser conduzidos pelo pensamento deste mundo, ou seja, pelas diversas ideologias políticas que disputam o nosso voto, e que estão em oposição ao evangelho.
Cabe a cada crente, avaliar as diversas ideologias políticas, com os óculos do evangelho. Através desta avaliação no intuito de discernir a vontade de Deus, devemos optar por votar naquele candidato ou partido, que em sua proposta de governo, mais se adeque a um modo de pensar e de se conduzir cristão. Sem dúvida, não podemos votar naquele candidato ou partido, que de forma explícita ou implícita, tenha propostas que se chocam frontalmente com os princípios do evangelho. Sabemos de candidatos que são abertamente favoráveis a políticas públicas que promovam o aborto, que prejudicam a família, que apoiam países sob regimes totalitários. Sem dúvida, um candidato que apoia tais propostas está frontalmente se opondo aos valores do evangelho.
Nosso voto nas eleições de 2018, trata-se de uma grande oportunidade para refletirmos sobre nossos valores e avaliarmos se de alguma forma, nosso modo de pensar e de se conduzir está conformado ao mundo ou conformado a vontade de Deus.

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

As eleições de 2018 e o eleitor cristão

Estamos às vésperas de uma importante eleição em nosso país. Em poucos dias, começaremos a definir os próximos quatro anos de nossa nação. Tudo dependerá do voto de cada brasileiro. Temos vivido dias difíceis. Nosso país está saindo de um período de grande crise econômica, mas não é só isso com que precisamos nos preocupar, ou seja, embora a crise econômica seja importante, temos que nos preocupar com outros problemas. Aliás, a crise econômica que estamos enfrentando é resultado de uma crise ética e moral instalada em nossa nação, como resultado de políticos corruptos e comprometidos com ideologias populistas comprometedoras.
Diante da gravidade desse momento, podemos perguntar: o eleitor cristão é diferente do eleitor comum? Seu voto deve ser exercido sob bases e princípios diferentes daqueles que não são cristãos ou crentes? Sim e sim. O eleitor cristão é diferente sim, do eleitor comum e seu voto deve sim, ser exercido sob bases e princípios diferentes daqueles que não são cristãos ou crentes.  De que forma então, o eleitor cristão deve exercer seu voto?
Tratamos às vezes nossa escolha política como sendo algo em que nossa fé não possa interferir. Achamos que nesse assunto, nossas convicções cristãs não fazem e nem podem fazer diferença. É como se estivéssemos num território neutro. Mas é claro, que isso não deve ser assim. Seja nossa escolha política ou qualquer outra, tudo deve passar pelo crivo, da Bíblia, da Palavra de Deus. Se dizemos que “a Bíblia é a única regra de fé e prática”, logo, também, em nossa escolha política, a Bíblia deve interferir e servir como parâmetro para o nosso voto.
O Salmo 1, diz que a pessoa bem-aventurada tem um modo de pensar, agir e pertencer que se distingui, daqueles que não temem a Deus e que vivem na impiedade. O que faz a diferença na pessoa bem-aventurada é a Palavra de Deus, a lei do Senhor, em que medita de dia e de noite. Será que a Palavra de Deus não tem algo para nos dizer acerca deste momento de grande gravidade e de importante decisão? Será que os princípios das Escrituras Sagradas não devem balizar nossa decisão de escolha política e de voto? Sim, com certeza, a Palavra de Deus deve nos guiar nessa escolha. De que forma devemos fazer isso?
Quando estiver definindo em qual candidato votar, submeta-o ao crivo da Palavra de Deus. Não estou dizendo com isso que o candidato escolhido tenha que necessariamente ser crente, mas, contudo, suas propostas devem se aproximar de princípios e valores cristãos, ou que, de um modo geral não se oponham a esses princípios e valores. Analise suas propostas. Examine suas declarações. Leia a plataforma de governo proposta pelo candidato e seu partido. Conheça a ideologia política de cada partido e de cada candidato. Há candidatos que assumem abertamente seu compromisso e apoiam propostas que se opõe a princípios cristãos fundamentais, tais como a defesa da vida, da família, da liberdade religiosa, da liberdade individual, e etc. É claro que como cristãos não podemos apoiar ou votar em candidatos que pertençam a partidos que neguem ou se oponham aos ditos princípios. Não deve haver dúvida para nós sobre isso.
Além de fazer o exame proposto acima, ore a Deus. Ore por nossa nação, para que Deus nos oriente em nossa escolha e abençoe os nossos governantes (1Tm 2.1-6). Lembre-se, que acima de qualquer governante, Deus exerce o seu governo por meio de Cristo Jesus (Ef 1.15-23) e sobre todos reina soberanamente (Sl 46.8-11). Por isso, seja qual for o destino definido na eleição em outubro, Deus continuará a reinar e cuidará daqueles que o temem (Sl 23).

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

“Se a maioria prefere ficar, não será meu dever partir?”

A frase acima, título desta pastoral, foi escrita por Ashbel Green Simonton em seu diário (14 de outubro de 1855). Ela revela o que Deus estava fazendo no coração desse jovem seminarista que se preparava para o ministério pastoral. Ao ouvir um sermão proferido pelo teólogo calvinista, Dr. Charles Hodge (1797-1878), professor no Seminário de Princeton, Simonton pela primeira vez, considerou a possibilidade de se tornar missionário em outro país. Simonton escreveu em seu diário: “Esse sermão teve o efeito de levar-me a pensar seriamente no trabalho missionário no estrangeiro” (O diário de Simonton, Cultura Cristã, p. 26).
O desejo e o senso do chamado de Deus para ser missionário foi sendo aquecido no coração do jovem Simonton. Depois de terminado seu curso teológico, em novembro de 1858, Simonton  estava decidido, se candidataria para ser missionário. Enviou no dia 25 de novembro de 1858, sua carta proposta a Junta de Missões Estrangeiras, e mencionou o Brasil como o campo de interesse para trabalhar e ser enviado como missionário. Em seu diário ele escreve sobre sua decisão: “Assim, a incerteza que me vem oprimindo há um ano finalmente terminou. A mão da Providência evidentemente pode ser vista nisto. A Ti, ó Deus, confio meus caminhos na certeza de que tu dirigirás meus passos retamente” (O diário de Simonton, p. 111).
Simonton foi nomeado missionário pela Junta de Missões da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, Junta de Nova York, em dezembro de 1858. No dia 18 de junho de 1859, às 9:30 da manhã, Simonton embarcava em um navio, tendo como destino o Brasil. No dia 12 de agosto de 1859, Simonton desembarcou no Brasil, no porto do Rio de Janeiro, na Baía da Guanabara. É nesta data, que se inicia a história da Igreja Presbiteriana do Brasil.
No dia 12 de agosto, a Igreja Presbiteriana do Brasil, completa 159 anos de existência. A data refere-se a chegada do Missionário Simonton. É espantoso pensar na maneira como tudo aconteceu, para que chegássemos como denominação, onde estamos hoje. Há mais de  159 anos atrás, Deus usou um homem, pregando um sermão, para despertar outro a interessar-se pela obra missionária, que anos depois, pela Providência sábia e santa do Senhor, escolheu o Brasil e para cá veio.
Roguemos ao Senhor, nosso Deus, Senhor da seara, para que envie mais trabalhadores. Que outros como Simonton, sejam despertados pela pregação do Palavra, para que saiam de seus lugares e anunciem o Evangelho em outros lugares, até os confins da Terra.


“A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6.8).

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Aprendendo a testemunhar com a mulher samaritana - João 4.39-42


O encontro da mulher samaritana com Jesus, rendeu a ela sua conversão e também, resultou na conversão de vários outros samaritanos.
Jesus encontrou a mulher samaritana na fonte de Jacó. Jesus estava de viagem para a Galileia, e tendo que atravessar pela província de Samaria, parou para descansar junto à fonte de Jacó e encontrou uma mulher que tinha ido tirar água da fonte. Aquela mulher procurara o horário em que o sol era mais intenso, na hora sexta, ou seja, ao meio-dia, para tirar água. Conforme podemos perceber pelo relato, possivelmente aquela mulher, ia ao poço tirar água nesse horário, para evitar encontrar-se com alguém de sua vila. Possivelmente ela tinha vergonha de sua situação conjugal irregular, pois, já tinha tido cinco maridos e a pessoa com que vivia, não era seu marido (cf. v.18).
Jesus ofereceu água da vida àquela mulher e resolveu seus questionamentos doutrinários. Através de Jesus, aquela mulher pode conhecer quem de fato era Deus e teve sua vida transformada, alcançando-lhe a salvação graciosa.
Como resultado da transformação operada em sua vida, aquela mulher não ficou calada. Tão logo recebeu o dom da vida, tão logo bebeu da fonte da água da vida, tornou-se uma fonte a jorrar para a vida eterna (v. 14). Aquela mulher deixou o seu cântaro, com o qual tiraria água do poço, e seguiu em direção a cidade, para anunciar as boas-novas de salvação, àquelas pessoas que antes evitava encontrar.
Causa-nos entusiasmo a atitude daquela mulher. Que mudança maravilhosa, Cristo operou naquela mulher! Logo depois de ter recebido a salvação lá estava ela anunciando a Cristo. Ela – da mesma forma que ocorreu com os discípulos numa época posterior (At 4.20) – não  podia deixar de falar das coisas que tinha visto e ouvido.
O testemunho daquela mulher foi impactante na vida dos homens de sua cidade: “vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?!” (v. 29). Em razão de seu testemunho muitos samaritanos creram em Cristo Jesus e puderam receber também da água da vida (v. 39-42).
Testemunhar de Cristo foi uma atitude natural àquela mulher recém convertida. Ela havia recebido uma boa notícia e não podia guardar com ela, algo que também poderia mudar a vida de outras pessoas. O Evangelho que recebemos, as boas-novas de salvação que um dia nos alcançou e nos transformou, não pode ficar guardada conosco. Outras pessoas precisam também ouvir e provar da dádiva da salvação. Sendo assim, anuncie a boa notícia, proclame a Cristo a todas as pessoas.


sábado, 21 de abril de 2018

A promessa do outro Consolador


Durante três anos Jesus esteve com seus discípulos, dando-lhes diversas instruções. Ao final desse período, por ocasião da última Páscoa, quando Jesus passa a falar de sua partida, e das coisas que lhe aconteceriam, a impressão que temos, é que aqueles três anos não foram suficientes para que seus discípulos pudessem conhecer quem de fato era o Cristo, sua missão, e o que era esperado deles, após a partida do Mestre.

Isto pode ser verificado, conforme o registro que João faz em seu Evangelho, nos capítulos 13 e 14, das reações que os discípulos tiveram e das perguntas feitas por eles sobre o destino que Jesus teria. Pedro pergunta: “Senhor, para onde vais?” (Jo 13.36). Logo em seguida, declara que está pronto para morrer com Cristo, mas, demonstra que não sabia o que estava dizendo. Tomé pergunta também sobre o destino de Jesus, para onde ele ia (Jo 14.5). Felipe pede para ver o Pai, apesar de conhecer Jesus a um bom tempo (Jo 14.9). Como puderam depois de tanto tempo com Jesus, se mostrarem confusos? Haveria esperança para esses discípulos? Será que conseguiriam subsistir como discípulos e levar adiante a mensagem de Cristo? Com a morte de Jesus, que ocorreria no dia seguinte, o destino deles era incerto, se não fosse a promessa que Jesus faz logo em seguida: “E eu rogarei ao Pai, ele vos dará outro Consolador” (Jo 14.16).

Jesus promete, que após a sua partida, enviaria outro Consolador ou Advogado. Este outro Consolador, o Espírito Santo, faria companhia aos discípulos, e os ajudaria na Missão de serem discípulos verdadeiros de Cristo (Jo 14.16-26; 16.13). O Espírito Santo que habitaria os discípulos, os ensinaria todas as coisas e faria com que se lembrassem de tudo quanto tinham ouvido do Mestre. Os discípulos seriam guiados pelo Espírito em toda a verdade. A diferença é nítida nos discípulos, após ter-se cumprido a descida do Espírito Santo sobre eles. Aqueles discípulos confusos, quando recebem o Espírito Santo, se tornam convictos das verdades concernentes a Jesus. Sob o poder do Espírito Santo cumprem sua missão de forma destemida, conforme o registro no livro de Atos.

A presença do Espírito Santo na vida dos primeiros discípulos, foi fundamental, para que, aquele período de preparação não fosse inutilizado. Sem o Espírito Santo, os discípulos não teriam conseguido seguir adiante.

É claro, que os discípulos de hoje, também precisam da habitação do Espírito para poderem se firmar nas verdades a respeito de Cristo e conseguir levar adiante a mensagem do Evangelho. Somente em razão de termos o Espírito Santo em nossa companhia, podemos ter certeza acerca das verdades a respeito de Jesus, e podemos com poder anunciar o Evangelho.

Agradeça ao Senhor, por ter cumprido a promessa, dando-nos o seu Espírito para estar conosco sempre e nos capacitar para sermos verdadeiros discípulos de Cristo Jesus.

sábado, 14 de abril de 2018

Senhor! Livra-nos da Soberba


“Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão” (Sl 19.13).

     Podemos dizer que o pior pecado, em suas consequências, a que estamos expostos constantemente, com certeza é o da soberba, do orgulho espiritual. Esse pecado, podemos dizer, serve de fundamento para inúmeras outras formas de pecado. Uma das coisas que a soberba nos faz é tornar-nos cegos, nos impedindo de ver a real condição espiritual em que nos encontramos. Todos nós sem exceção estamos sujeitos a esse entrave espiritual. Quando somos tomados por esse sentimento, não conseguimos discernir em nós, a gravidade do erro, nem conseguimos enxergar a nossa falha. Nosso discernimento com respeito àquelas coisas certas ou erradas é prejudicado e nos impedem de conseguir separar um do outro.
          Jesus em seu ministério terreno, por diversas vezes  condenou esse sentimento, que existia com tanta força no coração dos fariseus. Na parábola do fariseu e do publicano, Jesus ilustrou o que acontece com alguém quando é tomado pelo orgulho espiritual, pela soberba (Lc 18.9-14). Assim como o fariseu da parábola, a pessoa dominada pelo orgulho só consegue enxergar os erros dos e nos outros, mas é incapaz de enxergar a sua própria falta. Não que tal pessoa não saiba mais o que é certo ou o que é errado, mas, ela não consegue enxergar em si mesma o erro. O fariseu da parábola sabia o que era andar na injustiça, mas, não conseguia ver que ele mesmo era um homem injusto e que precisava da misericórdia de Deus.
             O Salmista Davi foi dominado exatamente por esse tipo de sentimento. Quando foi procurado pelo profeta Nata (2Sm12.1-15), Davi soube emitir juízo quanto ao que deveria ser feito ao homem rico da história que lhe foi contada, que sendo dono de muitas ovelhas e gado, tomou do pobre a sua única cordeirinha para oferecer como comida ao viajante. O problema de Davi não era a falta de discernimento quanto ao que era certo ou errado, mas a falta de discernimento quanto a sua real situação espiritual. Não conseguia enxergar o seu próprio pecado, enquanto não foi argüido pelo profeta Natã. A duras penas Davi aprendeu a lição.
            No Salmo 19, verso 13, aprendemos com Davi a fazer uma oração importante: “Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão”.
          Pensemos seriamente acerca dessa questão. Façamos a oração feita por Davi, para que a soberba não domine o nosso coração.

Deserto e confiança em Deus


Quando o Senhor libertou o povo de Israel do cativeiro no Egito, conduziu-o pelo deserto, durante quarenta anos. Deus com mão poderosa libertou seu povo do Egito, cumprindo suas promessas feitas a Jacó, de que faria com que seu povo subisse do Egito. O Senhor demonstrou ser um Deus Fiel à sua aliança, e que portanto, Israel podia confiar. Os sinais que o Senhor realizou na terra do Egito, o livramento das mãos de Faraó, não foram suficientes para que Israel se tornasse um povo obediente e confiasse na providência e cuidado de Deus em todo o tempo. Diante das dificuldades surgidas no deserto, o povo murmurou por várias vezes. Murmurou por água e comida. O povo chegou a pensar, que a velha vida no Egito era melhor do que aquela que Deus havia dado.
Em muitas circunstâncias somos parecidos com Israel, pois, diante das dificuldades que surgem na caminhada pelo “deserto da vida”, algumas vezes, nos esquecemos dos feitos poderosos de Deus e começamos a murmurar, a reclamar das dificuldades e dos problemas que nos acometem. Quando agimos assim, nos comportamos como se Deus não estivesse no controle de todas as circunstâncias e como se as coisas que nos acontecem, não fossem conforme o propósito soberano de Deus.
A Bíblia nos ensina, que não cai um pardal em terra sem o consentimento de nosso Pai (Mt 10.29). Ou seja, tudo é governado por Deus e nada acontece fora de seu propósito soberano. Devemos nos lembrar que todos os acontecimentos são governados por Deus e atendem a um determinado propósito, de tal forma que tudo coopera para o nosso bem (Rm 8.28).
Percebam que crer na Providência de Deus deve produzir em nós, contentamento em todas as circunstâncias, bem como, confiança, pois, Deus está no controle de todas as coisas e fará com que tudo coopere para o nosso bem. Quando você estiver passando por circunstâncias difíceis, lembre-se, que o Deus que nos tirou do cativeiro das trevas, nos conduzirá seguro e nos sustentará, pelo deserto da vida.

Raabe e a Graça de Deus - Josué 6.22-27

Já ouvi políticos defendendo grupos minoritários, que são marginalizados, propondo medidas para que seus membros sejam reconhecidos e tratados com dignidade. Porém, várias das medidas propostas, não resolvem o problema, pois, propõem manter as pessoas pertencentes a esses grupos, no mesmo lugar e na mesma situação.
Um exemplo disso, foi o que já ouvi, em relação as prostitutas, àquelas que pelas circunstâncias foram jogadas nesse tipo de “vida”. Ouvi, alguém defendendo-as, propondo que tais pessoas fossem tratadas com dignidade e tivessem seus direitos assegurados e sua “profissão” reconhecida. Lamentavelmente, propostas assim, não devolvem a dignidade de ninguém, antes perpetuam a sua infelicidade e situação degradante.
Diferentemente, do exemplo citado, vemos que Deus lida de um modo diferente com aqueles que se encontram marginalizados. Deus olha para a sua situação, retira-os de onde eles se encontram, dando-lhes uma situação digna para se viver. Foi exatamente isto o que aconteceu com a prostituta Raabe.
Raabe era uma prostituta que vivia em Jericó. Seu encontro com os espias foi providencial, e isto salvou a sua vida. Raabe e os seus familiares, tiveram a vida poupada, e foram incorporados ao povo de Deus. Ela não permaneceu mais como prostituta, pois, teve sua vida transformada. Ela foi resgatada da marginalidade e recebeu uma vida digna. Pôde formar uma família, casando-se com Salmom, e tornou-se mãe dando à luz a Boaz (Mt 1.5). Além de ter sido alcançada pela graça de Deus, recebeu o privilégio de fazer parte da genealogia de Cristo. Isto quer dizer que ela recebeu a dádiva, de participar, do plano de Deus de trazer ao mundo o Salvador, Jesus Cristo.
Notem como que a graça de Deus é poderosa para salvar alguém e lhe conceder dignidade. Somente a graça de Deus tem esse poder transformador. Quem dera se todos provassem de seu poder. Somente a graça pode transformar a vida de alguém, concedendo-lhe uma vida digna (Tt 2.11-14).
Isto nos faz pensar na responsabilidade que temos, para com aqueles que se encontram marginalizados em nossa sociedade. Devemos nos lembrar da nossa responsabilidade de lhes oferecer a graça de Deus, por meio da pregação do Evangelho. Percebam, que, quando alguém é alcançado pela graça de Deus, a salvação que nele se opera, produz transformações profundas, que se traduzem, não só em mudanças intimas ou seja, espirituais, mas, também mudanças sociais, familiares, e etc.
Que Deus nos desperte para sermos agentes transformadores da sociedade, por meio do anúncio do Evangelho da Graça.

Torna-te modelo dos fiéis - 1Timóteo 4.12


Escrevendo para Timóteo, um jovem pastor, o apóstolo Paulo coloca diante dele um grande desafio: tornar-se modelo para os crentes. Penso que, esse é o desafio que todo jovem crente tem diante de si, ainda mais considerando as desvantagens e obstáculos, que são próprios da juventude. Por isso, Paulo apresenta a Timóteo, em sua primeira carta, em 4.12, uma dupla orientação: 1. Supere as expectativas, dos crentes com respeito a sua juventude; 2. Tornar-te modelo nos diversos aspectos que envolvem a vida cristã. O que Paulo estava dizendo a Timóteo? Como que isso se aplica a vida de todo crente, e de modo específico àqueles que são jovens?
Primeiramente, Timóteo deveria superar as expectativas dos membros de sua igreja, no que se refere a sua juventude: “Ninguém despreze a tua mocidade”. Ser jovem pode ser vantagem, no que se refere a, força, vigor e disposição, próprias da idade. No entanto, a juventude possui desvantagens que são inerentes a esse período da vida, tais como, timidez (1Co 16:10, 11; 2Tm 1:7), inexperiência, soberba (1Tm 3.22) e paixões carnais (2Tm 2.22). A expectativa natural dos membros da igreja de Timóteo, era vê-lo cometer deslizes, tomar decisões precipitadas, e demonstrar imaturidade. É isso o que se espera naturalmente, encontrar em jovens. Como é próprio da idade, jovens são inexperientes; portam-se como sabichões; alguns são tímidos ou não possuem iniciativa e não conseguem muitas vezes controlar seus hormônios e por isso caem mais facilmente em pecados sexuais. Esta é a expectativa que se têm para com os jovens, mas, aqueles jovens que estão atentos e superam essas limitações, surpreendem os mais velhos e conquistam o respeito deles. Jovens, surpreendam os mais velhos demonstrando maturidade espiritual!
Segundo, Timóteo deveria tornar-se padrão, ou seja, modelo a ser seguido naquelas práticas cristãs, que ganham destaque e revelam as pessoas maduras espiritualmente. Em 4.15, Paulo reforça suas orientações, encorajando Timóteo a ser diligente na busca de uma vida exemplar, para que o progresso dele fosse conhecido de todos. Timóteo precisava ser modelo na palavra, ou seja na sua conversação diária, precisava demonstrar uma conversação sadia, pura, santa. No procedimento, ou seja, na conduta geral de vida, Timóteo deveria demonstrar comprometimento com a verdade. No amor, também, fosse para com Deus, ou para com os irmãos. A fé, tratava-se uma outra área em que deveria ser exemplo, ou seja, no que se refere a seu relacionamento com Deus de confiança e fidelidade. Por último, na pureza. Timóteo precisava devolver uma vida casta, santa. Como jovem, precisava controlar seus impulsos sexuais, não pecando nessa área. Possivelmente, Timóteo fosse solteiro, mas, é claro que mesmo os jovens casados devem cuidar dessa área tão delicada da vida. Os escândalos sexuais atingem muitos jovens crentes, que, por não terem autocontrole, dão vazão a seus desejos.
O desafio era grande, mas, seguindo as orientações de seu pai na fé, mesmo sendo ainda jovem,  Timóteo poderia ter grande sucesso em sua caminhada cristã e em seu ministério pastoral. Este é o mesmo desafio que os jovens crentes têm diante deles, ou seja, tornar-se modelo e padrão para outros crentes. Para que isso ocorra é preciso conquistar a confiança dos mais velhos, superando suas expectativas, demonstrando maturidade espiritual. Se faz necessário também, buscar a excelência nas práticas cristãs, que revelam comprometimento com nosso Senhor.

“Instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente”


A Palavra de Cristo Jesus deve dominar o nosso ser por inteiro. Isto quer dizer que cada pensamento, palavra, ação e desejo, devem ser revestidos e dominados pela Palavra de Deus. É isto que quer dizer Colossenses 3.16: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo...”
Os crentes em Cristo Jesus devem obedecer esta ordem e se revestir cada vez mais da Palavra de Cristo. Devem se esforçar para aprender cada vez mais da Palavra de Cristo. Devem ler e estudar diariamente as Escrituras, para obter mais e mais da Palavra de Cristo e ter seu caráter moldado por ela. Mas notem, que não é só esse o objetivo prático de ser habitado pela Palavra de Cristo. Existe um outro objetivo prático, que diz respeito a instrução e aconselhamento de meu irmão na fé. A segunda parte do versículo diz: “instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria...”
Existe um mútuo mistério que exercemos na Igreja de Cristo Jesus. Cada crente é responsável por crescer no conhecimento da Palavra de Deus, aprendendo a manejar bem a Palavra da Verdade, com o fim de ensinar e aconselhar a outros. Esse mútuo ministério de ensino e aconselhamento, exercido no meio da Igreja, certamente contribui para a sua edificação. É dessa maneira que se dá o crescimento orgânico do corpo de Cristo, a Igreja. Cada membro do corpo coopera com os demais promovendo o crescimento e edificação do próprio corpo (Ef 4.15-16). É desta maneira que Deus planejou o funcionamento da Igreja. Ninguém deve se esquivar dessa responsabilidade.
É claro que o ministério de ensino e aconselhamento pertence prioritariamente àquele que exerce o ofício pastoral, mas, no entanto, a Palavra de Deus responsabiliza e conclama a todos, a participarem desse ministério. Sabendo disso, precisamos ter um olhar diferente para com o irmão que está ao nosso lado. Devemos olhar para ele, procurando enxergar nele suas necessidades e anseios, e munidos da Palavra de Deus, oferecer-lhe ensino e ajuda. Quando notamos a necessidade espiritual de alguém, não devemos esperar que outros tomem providência. Recebemos de Cristo um ministério, e por meio de sua Palavra que habita em nós, temos condições de dirigir ao necessitado uma Palavra que possa lhe servir de instrução ou aconselhamento.
Que no meio da Igreja de Cristo Jesus, eu e você, convictos de que recebemos o mútuo ministério do ensino e aconselhamento, cumpramos com nossa responsabilidade.