terça-feira, 5 de junho de 2012

Aproveitando ao máximo as oportunidades


Você já teve a sensação de ter perdido aquela oportunidade? Já teve a sensação de ter perdido tempo e deixado de fazer aquilo que era importante e necessário? Já teve a impressão de que poderia ter feito muito mais?

Em Efésios a partir de 4.17, o apóstolo Paulo demonstra que a caminhada cristã exigi de nós comprometimento sério com a santificação. Paulo demonstra que a caminhada cristã é marcada por lutas contra o pecado e por um esforço por buscar revestir-se da nova criação, do novo homem criado em Cristo Jesus. Nesta luta não podemos dar chances ao pecado. Precisamos abandonar constantemente as obras das trevas.

O apóstolo tem um entendimento muito lúcido acerca de seu tempo, de que eram dias maus, perigosos. Portanto, exorta os crentes de Éfeso a viverem como sábios e não como néscios. Ou seja,  para que não vivessem de forma imprudente, deixando de fazer o que deveriam e fazendo o que não deveriam.

No verso 16 diz: “remindo o tempo, porque os dias são maus”. Uma outra tradução possível para esta frase seria: “aproveitando ao máximo as oportunidades, porque os dias são maus”. Para Paulo o fato de os dias serem maus, deveria despertar nos crentes uma atitude de atenção, de discernimento. O que o apóstolo quer dizer é que os efésios e todos nós, não devemos esperar que as oportunidades “caiam do céu”, antes devemos (usando uma expressão popular) “correr a trás”. A oportunidade perdida jamais voltará. O tempo desperdiçado não poderá ser recuperado. Por oportunidades, Paulo quer dizer tudo quanto pode servir para nos proporcionar a segurança da salvação, o fortalecimento da comunhão com Cristo e com os irmãos, o crescimento em santificação, o ganhar para Cristo os que se perdem, enfim, tudo quanto nos proporcione crescimento e avanço na vida cristã, não podemos deixar passar.

Temos aproveitado todas as oportunidades que podem nos proporcionar tais bênçãos?  Temos sido prudentes? Ou temos andado como néscios, desperdiçando as oportunidades? Notemos que Paulo não está aqui pensando apenas no que se refere à vida pessoal de cada crente. Está também, aplicando tais considerações a vida familiar e comunitária, visto que, no capítulo 5 e 6 continua na mesma linha de pensamento e fala sobre a família.

Será que não estão desperdiçando as oportunidades, todos quanto têm desconsiderado a importância do culto público, dos encontros eclesiásticos, para oração e leitura bíblica e etc? É lamentável percebermos em nossos dias o descaso para com os meios de graça (pregação da palavra, oração e sacramentos). É lamentável percebermos que muitos crentes ignoram os alertas bíblicos, quanto à necessidade de não desprezarmos tais meios de graça.

Os dias são maus, mas, muitos ainda acham que os dias não são tão maus assim, e que portanto, haverá sempre oportunidade para se recuperar o que foi perdido.

Não ignoremos os avisos de perigo encontrados nas Palavras de Deus e portanto não vivamos de forma imprudente. Façamos tudo quanto for necessário para progredirmos (nós e nossas famílias) na fé cristã rumo a salvação.

Que Deus nos abençoe e tenha misericórdia de nós e de nossas famílias. Que em 2012, as oportunidades que se apresentarem diante de nós, não sejam desperdiças, antes sejam agarradas e finalizemos tal ano, na certeza de que tudo quanto podíamos fazer para a nossa santificação e crescimento em Cristo Jesus, foi feito.

A Bíblia e a Igreja


Qual a importância que a Bíblia tem em relação à Igreja? Qual a importância a Igreja tem em relação à Bíblia? Existem dois textos bíblicos que servem para responder a essas perguntas: Efésios 2.20 e 1 Timóteo 3.15.

O primeiro texto, Efésios 2.20, demonstra que a Igreja foi edificada sobre o fundamento que é o ensino dos apóstolos e profetas, sendo Cristo Jesus o fundamento principal: “[...] edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular”. Os ensinos dos apóstolos e profetas, formam o conteúdo da Bíblia. Em outras palavras, tal texto ensina que a Igreja surgiu com base nos ensinamentos da Bíblia. Nesse texto o apóstolo Paulo ensina, que a Igreja depende da Bíblia. A Igreja não existe, senão, na dependência da Bíblia, a Palavra de Deus. É a Bíblia a fonte da vida da Igreja. Tanto a sua existência como subsistência vem da Bíblia. Esta é uma verdade que deve ser enfatizada, pois, a Igreja corre o risco de dar pouca atenção ao livro que lhe dá força e vitalidade.

O segundo texto, 1 Timóteo 3.15, demonstra que se por um lado a Igreja depende da Bíblia, por outro lado, a Bíblia depende da Igreja: “[...] para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”. Esse versículo apresenta dois vocábulos que são aplicadas a Igreja do Deus Vivo, falando da função que ela desempenha em favor da Bíblia. “Ambos os vocábulos têm a conotação de prover suporte. O intuito de Paulo e enfatizar, em oposição aos falsos mestres, que a verdade do evangelho é encontrada na Igreja de Deus e sustentada pela mesma” (Bíblia de Estudo de Genebra, p. 1445). A Igreja tem como função sustentar firme a Bíblia (ela é a coluna) e torna-la visível para ser conhecida de todos (ela é baluarte).

O que Paulo ensina nos dois textos, ou seja, em Efésios 2.20 e 1 Timóteo 3.15, são duas verdades que se complementam. No primeiro texto citado,  a Igreja depende em sua existência da Verdade (Bíblia), e no segundo a Verdade (Bíblia) depende da Igreja para sua defesa e propagação. Assim, a Igreja é chamada para permanecer na Verdade e para servir à Verdade, defendendo-a com firmeza contra os ataques inimigos e mantendo-a erguida perante os olhos do mundo. Assim, a Igreja precisa da Bíblia porque é edificada  sobre ela. E a igreja serve à Bíblia, segurando-a firmemente (coluna) e fazendo-a conhecida (baluarte). Nesse sentido, a Igreja desempenha a tarefa apologética e evangelística para com a Bíblia, da onde recebe a fonte de sua existência.

Concluímos que não podemos em hipótese alguma nos afastar da Palavra de Deus. Precisamos dela para a nossa saúde espiritual, para nossa existência como parte do corpo a qual pertencemos que é a Igreja do Deus Vivo. Precisamos dela para viver. Por meio dela Deus nos nutre espiritualmente. Lembremos também, da importância que a Igreja, que somos nós, exerce em relação à Bíblia.

Louvamos a Deus, por ter-nos dado a sua Palavra. Que Deus nos ajude a cumprir a nossa tarefa como Igreja e que não permita que nunca nos apartemos de sua Palavra

A Bênção do Perdão


A despeito dos pecados cometidos principalmente por Davi, e também por Bate-Seba, Deus os perdoou. O perdão foi declarado logo depois de Davi reconhecer a culpa: “[...] disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. Disse Natã a Davi: Também o Senhor te perdoou o teu pecado; não morrerás” (2Sm 12.13). Já foi demonstrado que Davi colheu consequências por causa de suas culpas. Isto quer dizer que receber perdão não implicava em anulação das consequências Deus o havia perdoado mediante seu arrependimento.

No Salmo 51, que conforme o título que recebeu foi escrito por Davi em razão de seu adultério com Bate-Seba, o salmista faz uma confissão bastante detalhada onde reconhece suas culpas. Davi demonstra nesse salmo a certeza que tem de que Deus pôde perdoá-lo e restaurar sua vida, restituindo-lhe a alegria da salvação (Sl 51.12).

Embora como já demonstrei, se por um lado, a história de Davi serve como alerta de como podemos cair em tremenda transgressão e ruína espiritual, por outro lado, por maior que seja a nossa culpa, mesmo que seja na proporção da culpa de Davi, ou até maior, aprendemos sobre a grandeza da ação misericordiosa de Deus. Na ação de perdoar Davi, podemos entender a profundidade das palavras do profeta Jeremias: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade” (Lm 3.22-23). Percebe-se, que por maior que seja a culpa de alguém, não é suficientemente grande em comparação a grandeza do amor e misericórdia de Deus, manifestadas em Cristo Jesus por meio de sua obra (Rm 5.1-11). Paulo diz que “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20). Por maior que fosse a culpa e os pecados de Davi, a graça do Senhor era muito maior, sendo poderosa para perdoá-lo e superar sua culpa.

O perdão de pecados está disponível a todos que arrependidos confessam seus pecados a Deus (1Jo 1.9). A certeza que temos é que todas as vezes que confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo e nos perdoará. É interessante notarmos que Davi foi perdoado imediatamente após ter reconhecido sua culpa (2Sm 12.13). A certeza do perdão de Deus não deve servir como licença para pecar (Rm 6.1-14), mas serve-nos de conforto saber, que se pecarmos, podemos recorrer a nosso advogado e lhe suplicar auxílio e perdão (1Jo 2.1-2).  Temos que lutar para não pecar, mas se todavia pecarmos, temos a certeza confortadora do perdão.

Além da bênção do perdão, Davi e Bate-Seba foram abençoados com um filho. A Davi e Bate-Seba nasceu Salomão. Com o nascimento de Salomão seus pais foram consolados pela perda do primeiro filho. Este filho recebeu o nome pelo profeta Natã de Jedidias, nome que significa literalmente “Amado do Senhor”. Este seria também alguém usado por Deus em seu serviço, pois, se tornaria rei em lugar de seu pai e seria o responsável pela construção do templo de Jerusalém (2Cr 3.1-2). Salomão se destacou pela sua grande sabedoria (2 Cr 1.7-13).

O nascimento de Salomão é a demonstração, de que Deus está sempre pronto a abençoar seus servos, a despeito de não merecerem nada de suas mãos. Podemos perceber como que a graça de Deus supera nossos pecados e indignidades. Davi havia se arrependido, recebido o perdão e agora tinha a oportunidade juntamente com Bate-Seba de serem instrumentos das bênçãos de Deus e alvos de sua graça. O fato mais significativo relacionado ao nascimento de Salomão está em que deste descenderia Cristo Jesus. Isto é destacado por Mateus na genealogia que apresenta de Cristo Jesus: “Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi, a Salomão, da que fora mulher Urias” (Mt 1.6). Nota-se que Mateus, inspirado pelo Espírito Santo ao escrever sobre a genealogia de Cristo, não deixou de lembrar que Salomão era filho de Davi com a mulher que fora esposa de Urias. Apesar do pecado de Davi e Bate-Seba, a graça do Senhor tornou possível que por meio deles nascesse aquele, de quem descenderia o Messias.

Através de tais fatos, que demonstram a bênção de Deus sobre Davi e Bate-Seba, somos encorajados e confortados, pois, percebemos que os pecados perdoados do passado, não podem interferir ou impedir que sejamos abençoados por Deus. Deus não mais se lembra das transgressões passadas praticadas por nós e perdoados em Cristo, não deixa de derramar sobre nós suas bênçãos. É claro que isso não significa que as consequências resultantes de nossos pecados não mais ocorrerão. Isto também é verdade em relação a Davi e Bate-Seba. O pecado de Davi trouxe sérias consequências sobre ele e sua família, apesar de ter sido perdoado e abençoado com mais um filho (2Sm 12.10-14).

A história de Davi e Bate-Seba, demonstra que na vida cada escolha feita de forma errada resultará em alguma consequência. Vimos que a escolha de Davi foi determinada por seu descuido espiritual. No entanto, apesar do grande pecado de Davi e Bate-Seba e dos desdobramentos de suas escolhas e das trágicas consequências, Deus demonstrou sua graça e amor, restaurando-os, perdoando-os e ainda mais, concedendo-lhes a oportunidade de terem um outro filho, de quem descenderia o Messias, o Salvado Jesus.

A Bíblia e Sua Família

Efésios 5.21-6.4



Não há provavelmente uma área tão importante na nossa vida e na vida da igreja cristã, quanto é a família. Cremos que não há muita dúvida a respeito desta afirmação. Todos nós concordamos que famílias sadias e equilibradas formam o esteio de igrejas e sociedades equilibradas. São em famílias assim que indivíduos podem crescer de forma sadia.

Vejamos alguns princípios gerais sobre a família cristã ensinados nas Escrituras:

Primeiro, ser cristão verdadeiro não é uma garantia de que o casamento e a vida familiar darão certo automaticamente. Infelizmente algumas igrejas, comprometidas com os ensinos da teologia da prosperidade, fazem promessas quanto ao casamento que vão além daquilo que Deus nos promete em sua Palavra. Elas parecem sugerir que se fizermos determinados votos ou cumprirmos rituais por elas estipulados, os problemas de relacionamento com o nosso cônjuge e filhos terminarão. Mas, se o segredo de casamentos e famílias felizes fosse simplesmente determinados rituais levados a cabo durante cultos de libertação, qual teria sido a necessidade de Deus colocar nas Escrituras orientações, instruções, conselhos e determinações aos maridos, mulheres e pais cristãos acerca de como nos comportar em família?

Segundo, ser cristão comprometido com os padrões bíblicos pode trazer dificuldades ainda maiores ao casamento. Aquele que teme a Deus e ama a sua Palavra, descobrirá que as orientações de Deus quanto ao casamento e à família freqüentemente não são fáceis de serem obedecidas.

Terceiro, casamento e criação de filhos não são assuntos à parte de nossa fé. São assuntos sobre os quais a Bíblia se pronuncia. Portanto, devemos reger o nosso casamento e a criação dos nossos filhos pelos princípios nela contidos. Temos a tendência de compartimentalizar certas áreas de nossas vidas e isolá-las de nossa santa religião.

Quarto, o conceito bíblico de casamento é único e diferente de todos os demais. Muitas pessoas pensam que o casamento é apenas a legalização da atração física, ou então simplesmente uma conveniência humana, fruto da necessidade social. Entendemos porém, pela Escritura, que o casamento é uma instituição divina, algo criado e ordenado por Deus para a raça humana.

Vimos nos princípios acima citados, que a Bíblia, ou seja, as Escrituras Sagradas, servem de fundamento para nos orientarmos na vida familiar. Podemos dizer com toda a certeza, que os problemas familiares surgem em decorrência de abandonarmos ou negligenciarmos tal fundamento, e que a falta de resolução de tais problemas ocorrem pela mesma razão. Sendo assim, busquemos conhecer mais e mais o manual de fé e prática, ou seja a Bíblia, para conseguirmos enfrentar os desafios familiares.

Que Deus nos abençoe e tenha misericórdia de nós, dando-nos entendimento, para podermos conduzir nossas famílias, conforme o padrão de sua Palavra.





(Adaptado do livro A Bíblia e a Sua Família, de autoria do Rev. Augustus N. Lopes e Minka S. Lopes)




segunda-feira, 4 de junho de 2012

Fazendo uma Faxina em nosso Coração

A maioria de nós tem o hábito de acumular em casa, objetos quebrados, papéis velhos, roupas usadas e uma série de coisas que deixamos de usar e que não conseguimos nos desfazer rapidamente. Alguns têm até mesmo uma estante ou um canto da casa onde acumula tais coisas. De vez em quando, tomamos coragem e fazemos uma limpeza geral e damos fim a todas aquelas tralhas. Quando assim agimos, melhoramos o ambiente, desocupamos espaço para ser ocupado por algo mais útil e necessário.
Em nosso viver no que diz respeito aos nossos sentimentos, relacionamentos, parece que acontece algo semelhante ao que disse acima. Os conflitos e dificuldades que surgem nas diversas esferas de nosso relacionamento, seja com os nossos parentes, amigos ou com nossos irmãos na fé, quando não resolvidos, geram ressentimentos, mágoas, ausência de perdão, tristezas que com o passar do tempo, são acumulados e guardados no coração. Assim, fazemos de nosso coração “aquele cantinho”, semelhante àquele que temos em nossa casa, onde acumulamos as coisas inúteis. É por esse motivo que existem pessoas amarguradas, que volta e meia estão se reportando a conflitos e ressentimentos do passado.
A “limpeza” desse “cantinho”, se faz necessária. Precisamos acabar e por um fim a tudo aquilo que nos impede de ter um relacionamento sincero, verdadeiro, amoroso seja com quem for ou com quem tivemos alguma dificuldade.
Não foi à toa que Jesus nos ensinou a procurar aquele que pecou contra nós (Mt 18.15). Quando fazemos o que Cristo diz, não damos chance para que a mágoa ou ressentimento se acumule, pois, confrontando fraternalmente o irmão preparamos o terreno para que o perdão seja cultivado (Mt 18.21, 22). Há pessoas que evitam qualquer argüição e por isso nunca têm suas pendências resolvidas.
O que Paulo diz em Efésios 4.31-32 e 5.1-2, é importante também. Se o perdão fosse uma prática vivida sempre por todos e se imitar a Deus fosse um alvo, certamente, não haveria tantas coisas inúteis acumuladas na vida de muitos. Por certo, não haveria tantos irmãos que não se falam. Por certo, o amor, a paz entre os irmãos, seriam virtudes cada vez mais reinantes.
Tudo o que foi dito até aqui, acima de tudo, deve ser uma atitude assumida no convívio familiar. Hoje em dia, a razão de muitas famílias não desfrutarem de um convívio harmonioso e a razão de tantos casamentos desfeitos, tem o mesmo problema como raiz, ou seja, o acúmulo de ressentimentos e tantas outras coisas inúteis que servem apenas para ocupar lugar em nosso coração. A limpeza proposta acima deve ser uma prática assumida no relacionamento familiar. Quantas vezes em ocasião em que há novo desentendimento, por entre cônjuges, aquela mágoa guardada, resultado de um desentendimento ocorrido há tanto tempo no passado, é trazida à tona, servindo de vantagem par um dos cônjuges na disputa. O que ocorre, é semelhante como se pegássemos aquele objeto que não tem conserto, guardado no fundo do armário e o mudássemos de lugar ou o deixássemos no meio do caminho estorvando a passagem. O ideal é que tal objeto pudesse ter um outro destino, ou seja, o lixo. Da mesma forma, precisamos deitar fora aquela mágoa, ou aquele ressentimento ou tantos outros sentimentos que estão estorvando e ocupando o lugar em nosso coração, nos impedindo de ter um relacionamento familiar saudável, prazeroso, e que serve apenas para causar mais problemas. Para isso, precisamos exercitar o perdão, a conversa franca, instrumentos indispensáveis para a tal “faxina” proposta.
Que Deus nos abençoe, nos auxiliando a desenvolver um relacionamento saudável em todos os âmbitos e principalmente no familiar.

O Caráter de Jó e sua Atitude como Pai

Jó 1.1-5
Introdução
No livro, “Homens Fortes”, da Editora Fiel, o autor fala sobre a necessidade dos homens assumirem sua liderança espiritual no lar. O livro é uma tentativa de despertar os homens para a sua responsabilidade.
No início do livro para demonstrar a falha da grande maioria em exercer a liderança espiritual masculina, ele usa a seguinte ilustração, contando uma história: Numa igreja pediu-se para formar duas filas. Numa havia um placa pedindo que se alinhassem aqueles que não se consideravam lideres espirituais. Nesta a grande maioria se colocou em pé. Na outra aqueles que se consideravam líderes de seus lares. Nesta apenas um homem se posicionou. Perguntado para ele porque havia se colocado naquela fila, ele respondeu: Não sei não, minha mulher disse para que eu ficasse aqui e aqui estou.
Esta ilustração serve para demonstrar o grande problema da liderança espiritual, ou seja, de homens que não lideram espiritualmente seus lares. Consequentemente, tal situação afeta a igreja e a sociedade. As mulheres tem assumido uma função que não é de competência delas, isto porque muitos maridos não cumprem com seu papel e lideram mal. A questão não é se somos lideres ou não, e sim se somos bons líderes ou maus líderes. Não se trata de uma opção, ou seja, ser ou não ser líder, mas se lideramos bem ou lideramos mal.
Creio que o exemplo de Jó serve-nos de ajuda para aprendermos como liderar e sermos despertados quando ao dever de exercermos efetivamente nossa liderança espiritual.
Tenho me convencido da necessidade de preparamos os homens da igreja para serem bons líderes na família, como esposos e pais. Se quisermos na igreja uma liderança consistente, precisamos preparar pais e maridos eficientes em seus papéis. Se quisermos influenciar a sociedade, precisamos de líderes que se destaquem na família e na igreja. Família forte, igreja forte e sociedade influenciada.
Vejamos o que podemos aprender com Jó:
Sabemos pouco acerca de Jó. Tudo indica que o autor desse livro fosse israelita, pois se refere a Deus como Javé, o Deus da Aliança.
Devido ao uso do hebraico clássico, é provável que o livro de Jô tenha sido escrito por volta de 1500 a.C.
A descoberta de fragmentos do livro de Jó entre os pergaminhos do Mar Morto demonstra que Jó tenha sido escrito em tal época e não num período mais recente como o século II a.C., como querem alguns.
O texto que lemos pode ser comparado a uma carta de apresentação. O autor do livro, antes de passar a falar do sofrimento de Jó, faz uma apresentação de quem ele era no que diz respeito a seu caráter e suas posses e no que diz respeito à forma como lidava com sua família.
Estas informações iniciais sobre a vida e caráter de Jó, servem para que tomemos este servo de Deus como modelo a seguir, tanto no que diz respeito a nossa vida pessoal, como no que diz respeito a nossa atuação como pais e esposos.
É claro que o que temos para falar baseado na vida deste homem, não aplica apenas aos homens, pode ser aplicado a cada crente, mas, de maneira mais específica se aplica a homens, servindo-lhes de modelo de liderança familiar.


1. Aprendemos com Jó que a liderança familiar espiritual começa com o caráter santificado – 1-3.

Um líder espiritual precisa antes de mais nada cuidar de si mesmo, para que possa liderar sua família de forma adequada. A liderança espiritual começa com o desenvolvimento de um caráter reto, santo. Ensinamos nossos filhos com o nosso caráter. Um homem que se preocupa com o seu caráter espiritual irá saber como conduzir-se diante de sua esposa e filhos.
Vejam o que é dito de Jó, de seu caráter como crente. São usados quatro qualificativo para ele:
- Íntegro – Pessoa moral e eticamente pura
- Reto – Honesto, correto, direito.
- Temente a Deus - Obediente
- E que se desviava do mal – que evitava o mal, se afastava do que era desagradável, que era contrário a lei de Deus.
Estas eram qualidades por meio das quais Jó era conhecido por Deus. Vejam o verso 1.8; 2.3. O Senhor tinha Jó diante de suas vistas como um homem reto, bom.
É claro que quando a Bíblia atribui a Jó e a outros servos do Senhor tais qualidades, contudo, isto não significa que não fossem pecadores ou que não pecassem. No entanto, Jó como servo do Senhor, seu caráter se destacava, apresentando qualidades importantes. Características essas, dos servos de Deus, fruto é claro da graça de Deus neles.
Jó era um pai, um esposo, um crente, preocupado com o seu caráter, com sua vida. Ele era conhecido por Deus e certamente por todos ao seu redor, não por algum defeito que possuía, mas, pelas qualidades que o distinguia das demais pessoas. Muitas pessoas e até mesmo crentes, às vezes são apontados na rua por alguém, sendo destacados os seus defeitos, falhas, pecados: “Olha lá, quem passa ali, é o senhor sabe tudo” ou “Olha só a dona encrenca esta chegando”. Jó era conhecido por suas qualidades.
Homem, marido e esposo, como você é conhecido pelas pessoas? O           que dizem de você na igreja? O que Deus diria acerca de seu caráter?
O texto nos mostra que Jó era abastado de bens possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de boi e quinhentas jumentas, tinha também numerosos empregados. Contudo, a despeito de tudo quanto possuía seu coração não era dominado pelas riquezas, nem corrompido o seu caráter por elas. A integridade de seu coração perante Deus pôde ser comprovada por meio de seu testemunho, após perder seus bens e filhos, por causa de calamidades que sobreveio sobre ele, como um teste, por ação de Satanás. Vejam os versos 1.20 a 22; 2.3, 10 e 42.7.
O que Deus requer de nós, não é que sejamos semelhantes a Jó, homens santos?
Em seu sermão da montanha Jesus nos diz que somos sal da terra e luz do mundo. Vejam com que objetivo devemos nos esforçar para atuar como sal e luz: Mateus 5.13-14. E Jesus diz que devemos espelhar a Deus, cf. Mt 5.48. Vejam 1 Pedro 2.11-12.
Como crentes devemos seguir o modelo de nossos irmãos do passado. Devemos ser conhecidos por nosso caráter reto, justo, piedoso, que demonstre o nosso compromisso com o Senhor.
Nós homens como servos do Senhor devemos servir de referência para a Igreja, no que se refere ao caráter irrepreensível que devemos desenvolver. Como pais e líderes espirituais, seja na família ou na Igreja e na sociedade, devemos nos portar de tal forma que as pessoas percebam em nós um caráter cristão que espelhe a Deus.
O caráter é importante para que nos revelemos como líderes espirituais qualificados. A família precisa de homens que se preocupem com seu caráter, que se esforcem por serem achados retos e íntegros. É claro que um caráter assim, se forma aos pés da Cruz de Cristo. Homens relapsos nos exercícios espirituais, descuidados dos meios de graças não terão um caráter assim.
Precisamos de famílias cujos líderes sejam retos, tementes a Deus, que se desviam do mal, para que tenhamos na igreja líderes fortes. A igreja falha quando na escolha de seus líderes negligencia isto, não procurando nos escolhidos marcas de um caráter reto, íntegro diante de Deus. Erra quando faz suas escolhas baseada em outras questões. Talvez baseando sua escolha na preferência pessoal dos que votam. Lembremo-nos das exigências para escolha de diáconos em Atos 6 e daquelas que Paulo apresenta a Timóteo em 1Timóteo 3.1-13.
Precisamos de homens fortes na família, e dentre esses homens precisamos escolher nossos líderes, pastores, presbíteros, diáconos, líderes de sociedade.
Jô era um servo de um caráter irrepreensível. Deus o reconhecia desta forma. Pensemos nisso e procuremos imita-lo.


2. Jó era um pai que liderava espiritualmente sua família, ou seja, ele era um sacerdote de seu lar – v. 4-5.

Jó serve-nos de modelo não somente no que se refere a sua vida pessoal, o cuidado que tinha com sua própria santidade, mas também, no que se refere a sua vida familiar, na maneira como lidava com sua família. Ele era um verdadeiro sacerdote de seu lar. Jó era alguém preocupado consigo mesmo e também, preocupado com sua família.
Diz o texto que seus filhos tinham o costume de juntar-se e fazer festas. Eles iam à casa uns dos outros e faziam banquetes. Ao que parece havia harmonia e união entre eles.
Jó sabia que seus filhos eram pecadores, por isso, não se descuidava de conduzi-los ao Senhor. Ao final das festas, chamava seus filhos, e os santificava. Levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles.
Jó não fazia como alguns pais fazem que não conseguem suportar qualquer reclamação que façam de seus filhos. Ele mesmo sabia que seus filhos podiam se desviar e pecar, portanto, ele mesmo tomava providências para sanar qualquer problema que pudesse surgir. Ele mesmo, antes que surgisse alguma notícia de excessos e pecados, tomava medidas para santifica-los.
Na verdade, Jó, não permitia que seus filhos se esquecessem de Deus, pois, ele sempre fazia uso dos meios de graça para ensinar a seus filhos a retidão. Diz o texto que continuamente procedia dessa forma, não descuidava de seus filhos.
Em outras palavras, seus filhos eram sempre conduzidos à Cruz de Cristo, pois, os sacrifícios representavam aquele que viria morrer por seu povo. Jó era um pai interessado no progresso espiritual de seus filhos e não descuidava disso. Ele fazia uso do princípio que tempos depois, Jesus ensinou a seus discípulos, cf. Marcos 10.13-16.
Jó não fazia como alguns pais fazem. Alguns pais acham que providenciar o sustento, o estudo para seus filhos é suficiente e se esquecem do primordial, do espiritual.
Como eu disse ele fazia uso dos meios de graça para conduzir seus filhos a Cristo. O sacrifício era um meio de graça, a intercessão, ou oração era para ele um meio de graça.
Queria em especial chamar a atenção aqui dos homens da igreja, que são maridos e pais. Geralmente o que notamos em muitas famílias, é a preocupação das mães em cuidar para que os filhos estejam espiritualmente saudáveis. São elas muitas vezes que se lembram de orar, de ler a Bíblia com os filhos, de prepara-los para ir à igreja, enquanto que muitos dos pais,  são relapsos. É claro que isso não é regra, mas já vi isso acontecer muitas vezes.
Jó revela-nos com sua atitude um princípio Bíblico muito importante e que muitas vezes passa-nos despercebido. O princípio que queremos ressaltar é que no modelo de família criado por Deus, ou seja, na família da aliança que tem como objetivo refletir o relacionamento de Deus com seu povo, o pai/marido tem a responsabilidade de liderar o seu lar, sendo ele o cabeça. Sendo dele o dever de liderar seu lar, é dele a responsabilidade de zelar pela saúde espiritual de sua família. Em outras palavras é dele a priori o dever de educar seus filhos nos caminhos do Senhor. É ele quem deve liderar a preocupação espiritual com os filhos e não a mãe/esposa. Não estou dizendo com isso que a mãe/esposa não tenha que ter preocupações nesse sentido. Ela deve ser a auxiliadora de seu marido ajudando-o na educação de seus filhos. Vejam que isso é diferente de fazer como muitas vezes acontece, quando é a mãe que se preocupa enquanto que o pai, fica na rabeira, na retaguarda e muitas vezes não esquenta muito a cabeça.
Em Colossenses 3.21 e Efésios 6.4, Paulo se dirigi aos pais, falando sobre o dever de educar os filhos no Senhor. A palavra que Paulo usa que é traduzida por “pais” não tem o sentido de pai e mãe, e sim é a palavra usada para referir-se aos pais genitores masculinos. Ele está se dirigindo aos pais/maridos, demonstrando assim, que a responsabilidade de educar os filhos no Senhor é prioritariamente dos pais, ou seja, dos genitores masculinos, ou seja, dos homens. Ele está refletindo o entendimento de que na família da aliança o homem é o cabeça do lar, tendo a responsabilidade de conduzir seu lar pelos caminhos do Senhor. Às vezes a mulher tem que assumir essa responsabilidade, quando o marido está ausente, por algum motivo, ou quando o marido não é crente. Por isso é importante que a jovem quando vai se casar procure um jovem que seja crente dedicado, para que ele sabendo dessa sua responsabilidade atue como cabeça do lar e conduza sua família nos caminhos do Senhor.
Notem que um dos requisitos daqueles que podem ser escolhidos como presbíteros é que sejam bons pais, e bons esposos, governando bem o lar, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito. Vejam 1 Timóteo 3.4.
Jó era um bom esposo e um bom pai. Era um sacerdote de seu lar. Era o líder espiritual de sua família. Ele tinha a convicção de que sobre ele a priori caia a responsabilidade espiritual de sua família. Portanto, ele zelava pela boa conduta espiritual de seus filhos.
Como maridos, pais, líderes, devemos imita-lo em sua conduta e caráter.


Conclusão

Meus irmãos, como temos sido conhecidos pelas pessoas ao nosso redor? Temos sido modelo de um caráter irrepreensível? Temos demonstrado cuidado espiritual por nossa família?
Todos nós crentes no Senhor Jesus, devemos tomar o exemplo de Jó e imita-lo, mas de maneira especial e mais específica é dever do homem liderar sua família pelo seu caráter e conduta, tendo a iniciativa de tomar as medidas para que seu lar, filhos e esposa, sejam liderados espiritualmente.
Que os homens crentes sejam líderes irrepreensíveis no caráter e na atitude de zelarem espiritualmente por suas famílias. Que sejam verdadeiros sacerdotes no lar e na igreja. Lembrem que essa tarefa foi dada a vocês. Vocês foram chamados por Deus para serem os líderes de seus lares e para que o sejam também na igreja. Se tivermos homens fortes nas famílias da igreja, teremos homens na liderança da igreja.



O COMPROMISSO

O casamento foi instituído por Deus, na criação. "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a" (Gênesis 1.27,28). "Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne" (Gênesis 2.24).
O casamento foi instituído por Deus para a felicidade do ser humano. Por intermédio dele ocorre a "propagação da raça humana por uma sucessão legítima". Mas o seu principal objetivo é o companheirismo entre os cônjuges. A procriação é uma bênção adicional. Aliás, isso deve ficar bem claro. Nicolas Berdyaev, em seu livro The Destiny of Man (O Destino do Homem), afirma "que a união conjugal com o único propósito de procriação deve ser considerada imoral".
O casamento é uma instituição divina, mas a forma como é feita a escolha dos cônjuges e a celebração da cerimónia nupcial não foi determinada na instituição. E, por isso, varia de um povo para outro, de uma época para outra. O primeiro processo de escolha de cônjuge registrado no Antigo Testamento resultou no casamento de Isaque e Rebeca. A história pode ser sintetizada assim: Abraão, já idoso, encarregou seu mais antigo servo da escolha de uma esposa para Isaque. "Tomou o servo dez camelos do seu senhor e, levando consigo de todos os bens dele, levantou-se e partiu, rumo da Mesopotâmia, para a cidade de Naor." (Gênesis 24.10). E foi parar na casa de Betuel, onde expôs o motivo da viagem, e conseguiu atrair Rebeca, com o consentimento do pai e do irmão, para dirigir-se a Canaã e ser a esposa de Isaque. "Saíra Isaque a meditar no campo, ao cair da tarde; erguendo os olhos, viu, e eis que vinham camelos. Também Rebeca levantou os olhos e, vendo a Isaque, apeou do camelo, e perguntou ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? É o meu senhor, respondeu. Então tomou ela o véu e se cobriu. O servo contou a Isaque todos as cousas que havia feito. Isaque conduziu-a até à tenda de Sara, mãe dele, e tomou a Rebeca, e esta lhe foi por mulher." (Gênesis 24.63-67). Os dois nunca se tinham encontrado antes; talvez Isaque nem soubesse da existência de Rebeca. Não foi feita nenhuma cerimónia nupcial. Simplesmente foram viver juntos... Mas estavam casados, segundo os costumes da época.
Esse tipo de casamento tinha tudo para ser um grande fracasso... mas funcionava. E funcionava bem porque era protegido por um compromisso. O amor que unia os cônjuges era fruto desse compromisso.
O casamento de nossos dias é bem diferente. Os pretendentes têm amplas oportunidades de se conhecer antes da decisão final. Teoricamente suas possibilidades de fazer um bom casamento, de estabelecer uma união harmónica e duradoura são bem maiores. Mas isso não tem acontecido porque eles têm feito deste sentimento emocional subjetivo, denominado amor, a base do seu casamento. E um sentimento, sujeito a muitas vicissitudes, não pode garantir o êxito de uma instituição tão importante.
Para transformar o casamento que você tem no casamento que você quer, o ponto de partida é a conscientização de que o verdadeiro fundamento do matrimónio é o compromisso. O amor é importante, mas até ele deve estar baseado no compromisso. Pois, como disse Erich Fromm: "Amar alguém não é apenas um sentimento forte. É uma decisão, um julgamento, uma promessa".
Casamento que tem como base o amor não tem futuro. Waylon Ward escreveu: "Um dos fatores mais significativos que afetam o casamento parece ser a ideia de que o amor se tornou o fundamento sobre o qual os casais tentam construir em lugar do compromisso. A maioria dos casais tem uma compreensão do amor emocional e superficial. Eles se apaixonam se casam, deixam de amar e pedem divórcio".



NASCIMENTO, Adão Carlos. Oficina de Casamento. Governador Valadares: Apoio Pastoral, 2001, p. 7.  

Derramando Graça nos Relacionamentos Familiares

Quando meus olhos se abriram e eu consegui ver a maciez da graça de Deus, também enxerguei a aspereza da vida sem ela. A família é, geralmente, o lugar onde mais se evidencia sua presença ou a sua ausência. É no lar que os filhos percebem se estão, ou não, recebendo o amor incondicional que possibilita que seja naturais e sinceros, ou se devem aprender a ficar na defensiva, esperando sempre o momento de lutar com a rejeição e condenação recebidas, utilizando hipocrisia, hostilidade, agressão e submissão servil.

Entre o casal, a mesma percepção propicia também o tipo de reação semelhante. O amor-compromisso demonstra respeito mútuo construindo relacionamentos, ao passo em que o desrespeito os destrói. A simples proximidade física e a interdependência contínua suscitam sentimentos que podem ser de graça ou de desgraça! As realidades e as exigências da vida em comum se estendem a todas as outras facetas. Chego a afirmar que quando se está bem com o cônjuge e com os outros membros da família, torna-se muito mais fácil lidar com as outras áreas da vida. E o contrário também é verdadeiro. Quando nosso relacionamento familiar está mal em algum nível, o reflexo também se estende às outras áreas.

Que juntos possamos crescer na graça e no conhecimento do nosso Senhor Jesus Cristo, expressando a partir de nossas atitudes e comportamentos familiares.



“A graça do Senhor Jesus seja com vocês”

Jaime Kemp

(Extraído da Revista Lar Cristão, Janeiro/2004, pg. 6)

A família de José e a nossa Família

Uma das histórias mais belas da Bíblia – em minha opinião – é a de José e sua família. Podemos aprender bastante com tal história. Isto não pelo fato de José e sua família, ser um modelo de perfeição, e sim, pelo fato de percebermos na vida de José e seus irmãos a ação da graça de Deus.

Quando lemos o livro de Gênesis a partir do capítulo 37, percebemos que as falhas de Jacó como pai, a insubmissão de seus filhos mais velhos e a atitude antipática de José para com seus irmãos, causaram males terríveis àquela família, quase que irreparáveis, se não fosse a ação da graça de Deus. A despeito da gravidade da situação familiar provocada, Deus conforme sua vontade, fez com que todas as coisas convergissem de tal forma, que houvesse oportunidade favorável para  que o perdão fosse buscado, e a reconciliação de José com seus irmãos acontecesse. Deus agiu de tal forma, demonstrando sua soberania, fazendo com que todo o mal praticado convergisse para o bem de toda a família de José, a ponto, de serem salvos de morrerem por causa da fome que atingiu a terra de Canaã, onde eles viviam. Isto fica claro nas palavras de José a seus irmãos: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida” (Gn 50.20).

“Onde abundou o pecado, superabundou a graça” de Deus (Rm 5.20). A graça de Deus é mais poderosa do que o pecado, por isso, os efeitos dela podem corrigir quaisquer conseqüências do pecado. Não há nada tão terrível no contexto familiar, que a graça de Deus não possa reparar. Se acreditarmos na ação poderosa da graça de Deus, não iremos desistir de nossa família, de nosso casamento.

Em nossa época é triste constatarmos a fragmentação da família, e mais triste ainda, é percebermos que os crentes não são exceção nisso. No contexto cristão, isto tem acontecido devido à falta de confiança e dependência da graça de Deus. Não estamos livres de problemas familiares, de desentendimentos, de mágoas. No entanto, não podemos ser incrédulos, achando que a graça de Deus não possa restaurar a nossa família, a despeito da situação nos parecer tão grave a ponto de acharmos que não há redenção para ela. Se tal confiança fosse uma realidade para todos os crentes, não teríamos, como temos visto hoje em dia, casais se separando, pois, confiando na graça de Deus esperariam por seu socorro e restauração.

Família feliz não é aquela que não passa por problemas, e sim, aquela que em meio às dificuldades, confia que a graça de Deus é poderosa para ajuda-la seja qual for à situação e trazer solução àquele problema que humanamente falando, é impossível a solução.

Que Deus abençoe as nossas famílias, e que em meio às dificuldades, confiemos na graça do Senhor!