“Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei
irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão” (Sl 19.13).
Podemos dizer que o pior
pecado, em suas consequências, a que estamos expostos constantemente, com
certeza é o da soberba, do orgulho espiritual. Esse pecado, podemos dizer,
serve de fundamento para inúmeras outras formas de pecado. Uma das coisas que a
soberba nos faz é tornar-nos cegos, nos impedindo de ver a real condição
espiritual em que nos encontramos. Todos nós sem exceção estamos sujeitos a
esse entrave espiritual. Quando somos tomados por esse sentimento, não
conseguimos discernir em nós, a gravidade do erro, nem conseguimos enxergar a
nossa falha. Nosso discernimento com respeito àquelas coisas certas ou erradas
é prejudicado e nos impedem de conseguir separar um do outro.
Jesus em seu ministério
terreno, por diversas vezes condenou
esse sentimento, que existia com tanta força no coração dos fariseus. Na
parábola do fariseu e do publicano, Jesus ilustrou o que acontece com alguém
quando é tomado pelo orgulho espiritual, pela soberba (Lc 18.9-14). Assim como
o fariseu da parábola, a pessoa dominada pelo orgulho só consegue enxergar os
erros dos e nos outros, mas é incapaz de enxergar a sua própria falta. Não que
tal pessoa não saiba mais o que é certo ou o que é errado, mas, ela não
consegue enxergar em si mesma o erro. O fariseu da parábola sabia o que era
andar na injustiça, mas, não conseguia ver que ele mesmo era um homem injusto e
que precisava da misericórdia de Deus.
O Salmista Davi foi
dominado exatamente por esse tipo de sentimento. Quando foi procurado pelo
profeta Nata (2Sm12.1-15), Davi soube emitir juízo quanto ao que deveria ser
feito ao homem rico da história que lhe foi contada, que sendo dono de muitas
ovelhas e gado, tomou do pobre a sua única cordeirinha para oferecer como
comida ao viajante. O problema de Davi não era a falta de discernimento quanto
ao que era certo ou errado, mas a falta de discernimento quanto a sua real
situação espiritual. Não conseguia enxergar o seu próprio pecado, enquanto não
foi argüido pelo profeta Natã. A duras penas Davi aprendeu a lição.
No Salmo 19, verso 13,
aprendemos com Davi a fazer uma oração importante: “Também da soberba guarda o
teu servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre
de grande transgressão”.
Pensemos seriamente
acerca dessa questão. Façamos a oração feita por Davi, para que a soberba não
domine o nosso coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário