terça-feira, 15 de junho de 2010

“Não vos conformeis...”

Nos anos recentes os valores morais têm sofrimento grande transformação. Isto tem afetado todos os seguimentos sociais, igreja, família e etc. Estas transformações, têm ocorrido, impulsionadas pelo consumismo, materialismo, individualismo e etc. A moda pode ser contada como agente a serviço desses “ismos”, que mencionamos. Como resultante de suas determinações, percebemos como tem sido valorizada a estética corporal em prejuízo das necessidades mais urgentes e importantes. Cresce dia-a-dia o número de academias, de “fórmulas mágicas” para deixar qualquer um com aquele “corpo sarado”, ou técnicas cirúrgicas ou não para produzir a forma física, conforme o padrão estabelecido pela sociedade secularizada. Como resultado direto desse novo tipo de culto ao “deus corpo”, jovens que ambicionam as passarelas, têm ficado doentes e algumas até morrem de doenças, que pouco ouvíamos falar, mas que hoje é comum ouvir falar nelas. Há algum tempo a trás ouvimos na televisão acerca de duas jovens que morreram, vítimas de anorexia.
De fato a preocupação com a saúde, com o corpo é um dever cristão. Nosso corpo é templo do Espírito Santo. Tal é a importância que tem nosso corpo, que Deus irá transforma-lo no dia de Cristo. Contudo, também é parte do ensino bíblico que devemos evitar as preocupações mundanas. O cristão, convicto da mensagem bíblica fará uso do bom senso, da sobriedade, lutando contra os valores e condutas que se chocam com a vontade de Deus. Viverá uma vida vigilante, para não se comprometer com as práticas desse mundo que se opõem à vontade de Deus, procurando discernir os tempos, não se conformando com este século (Rm 12.1-2).
Muitas pessoas não-crentes, têm refletido sobre as práticas que resultaram na morte daquelas duas jovens e têm proposto mudanças, pedindo providências, visto que têm entendido que os valores morais têm sido banalizados. E nós crentes, cristãos, temos refletido sobre tas condutas assumidas por muitos, temos lutado contra a degeneração dos valores morais, temos lutado contra as ofertas mundanas, propagadas motivadas pelo consumismo, materialismo, individualismo e etc.?
Que Deus nos ajude!

Comunhão Verdadeira Com Deus

I João 1.5-2.2

Como podemos ter comunhão com Deus? Ou seja, nosso relacionamento com Ele como é possível? Em nossos dias, muito se tem falado sobre este assunto, contudo, a comunhão com Deus, tem sido banalizada. Para muitos, ter comunhão com Deus, tem sido reduzido a sentir algo, tocar, esperar uma energia, algo assim. Para muitos a comunhão com Deus tem ficado restrita a alguns momentos, como cantar, se emocionar, envolver-se num clima. Desta forma, não é difícil encontrarmos pessoas que dizem ter comunhão com Deus, mas que contudo, vivem uma vida alienada da Palavra e por conseqüência da Santidade. O misticismo tem sido característico nesse tipo de “comunhão”. Será que o que presenciamos é verdadeira comunhão? Será que Deus quer se relacionar conosco assim? É sobre este assunto que João aborda em sua primeira carta, de forma especial em 1.5-2.2, demonstrando em quais circunstâncias e com quem Deus se relaciona. Partindo-se do conhecimento do caráter de Deus, ou seja, “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma”, João aponta algumas conclusões que devem ser consideradas por nós para termos comunhão verdadeira com Deus. Desta forma, possuindo Deus um caráter plenamente santo:
1. Não tem comunhão com Ele: a) Quem anda no pecado, ou seja, quem vive na prática do pecado, cf. v.6; b) Quem nega ter uma natureza pecaminosa, cf. v.8; c) Quem nega que o pecado esteja em sua conduta, v.10;
2. Tem comunhão com Ele: a) Quem anda na prática da justiça, cf. v.7. Isto não significa que tal pessoa seja perfeita, no entanto, sua conduta é marcada pela prática da justiça. Tal pessoa é conhecida não por suas falhas, mas por seu modo reto de viver; b) Quem admite ser pecador por natureza e confessa seu pecado a Deus na certeza de que terá o perdão, v.9. Conforme 2.1-2, tal perdão é mediante a obra de Cristo Jesus, realizada em favor do pecador; c) Quem admite a realidade do pecado, de que pode cair em pecado, cf. 2.1-2.
O que João procura demonstrar é que, diferente do que se pensa, a comunhão com Deus não é determinada por algum momento de êxtase espiritual, e sim, é determinada por uma conduta de retidão, de santidade, fundamentada na verdade (v.6), ou seja na Palavra. Percebemos que a comunhão com Deus envolve toda a nossa vida e não somente um instante dela, ou em outras palavras, para termos comunhão com Deus precisamos assumir uma postura de santidade na vida diária. Ao dizer isto, condenando aquelas práticas de culto em que se promove o êxtase, não estou negando a importância e a necessidade do culto como um momento de se buscar comunhão com Deus. Embora, mesmo o culto sendo um instante em que não se nega certa medida de emoção, quando cantamos e nos alegramos na presença de Deus, no entanto, deverá prevalecer sempre a percepção de que tal momento só contribuirá para aprimorar nossa comunhão com Deus, se formos instruídos pela Palavra da verdade e conduzidos a santidade.
Deus é luz, sendo assim, a comunhão com Ele só se dá se andarmos na luz, na prática da Palavra de Deus. Isto não implica em perfeição, contudo, implica em almejarmos a perfeição, deixando de lado o pecado a cada dia.
Deus quer ter comunhão com seu povo, e Ele mesmo em sua Palavra aponta de que forma isso deve acontecer.
Que Deus nos ajude, e nos ensine pela sua Palavra, a maneira correta de nos relacionarmos com Ele.

Doença Silenciosa

“Quando vier o Filho do homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc 18.8).

Existem algumas doenças que se manifestam silenciosamente. A pessoa não percebe que está doente. Se a pessoa não fizer consultas e exames periódicos, pode quanto menos se espera ser acometida de problemas sérios de saúde. Conheci uma pessoa que não tinha o cuidado de ir ao médico e muito menos de fazer exames periódicos. Em certa ocasião, trabalhando em seu sítio machucou o pé. O ferimento não sarava, no entanto, tal pessoa não se deu conta de que algo de errado pudesse estar lhe acontecendo. O que aconteceu foi que tempos depois foi internada com a taxa de glicose muito elevada. O quadro era irreversível. Ela entrou em coma, vindo a falecer dias depois de ter sido internada. Infelizmente, esta história é real e tem se repetido. Por isso, precisamos tomar medidas preventivas de saúde, para não sermos surpreendidos por uma doença que se manifesta silenciosamente.
Na vida cristã podemos também ser acometidos de problemas que afetam nossa saúde espiritual. Algumas doenças à semelhança daquelas que afetam silenciosamente nosso organismo, afetam também nosso espírito. Poderíamos mencionar algumas dessas doenças. Hoje iremos falar de uma delas. Por exemplo, existe uma doença que seu sintoma é a apatia espiritual. Trata-se de uma doença que afeta a sensibilidade espiritual da pessoa. A pessoa se sente bem, não percebe que aos poucos tem se tornado indiferente às coisas que lhe acontecem ou que antes eram importantes para ela. Esta doença não se manifesta de uma hora para a outra, trata-se de algo que se manifesta aos poucos, de maneira bem sutil, levando muitos ao óbito espiritual. Jesus falou dessa doença que seria como uma epidemia característica dos últimos tempos: “Quando vier o Filho do homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc 18.8). A pessoa acometida dessa doença, já não se preocupa com aquelas coisas ou exercícios espirituais que lhe fortaleciam a fé, tais como: oração, leitura bíblica, ser assíduo freqüentador dos cultos e reuniões semanais da igreja, participar dos sacramentos, visitar um irmão e etc. Para tal pessoa tais coisas um dia foram importantes, contudo, agora já não lhe fazem qualquer diferença. É assim que muitos crentes esfriam na fé. É assim que muitas famílias já não fazem parte da igreja. É assim que, muitas crianças filhas de pais crentes, crescem sem conhecer a fé cristã.
A forma de combatermos as doenças que afetam nosso organismo é nos submetermos a tratamentos médicos e principalmente tomarmos medidas preventivas. No que se refere a nossa saúde espiritual, precisamos também nos submeter a tratamento, mas de caráter espiritual. Precisamos sempre comparecer ao médico dos médicos, àquele que pode diagnosticar nosso problema e dar a cura. Davi orou: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139.23, 24). Precisamos assumir também, medidas preventivas, como utilizar adequadamente os meios dados por Cristo a sua Igreja, os quais ele utiliza para manifestar a sua graça, tais como, a Oração, os Sacramentos e a Pregação da Palavra.
Que Deus nos ajude a nos tornarmos convictos dos perigos espirituais a que estamos sujeitos e nos ajude a evita-los, assumindo uma conduta espiritual adequada.

Família: Modelo para a Igreja

Como saber se, determinada pessoa poderá ou não desempenhar bem o papel de oficial na Igreja? Além de prestarmos atenção se tal pessoa apresenta certos dons, devemos olhar para sua família. Devemos verificar se no que diz respeito a sua família, ele exerce liderança. Esta é uma das maneiras de identificarmos um líder. Por isso, quando Paulo fala a Timóteo acerca das qualificações dos oficiais, ele enfatiza este aspecto. Ele diz o seguinte ao apresentar as qualificações dos presbíteros: “É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher... e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?)” (1Tm 3.2, 4, 5). Algo semelhante diz também, com respeito aos diáconos: “O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a própria casa” (1Tm 3.12). Muitos através da forma como administram seu lar, estão demonstrando que não são aptos para administrar a Igreja de Deus. É claro que, quando dizemos isso, não queremos dizer que, um líder não terá dificuldades na administração do seu lar, ou que, se alguém passa por algum problema na família não seja apto para liderar a Igreja. Todos nós temos as nossas dificuldades, mas, o que certamente deve fazer a diferença é se tal pessoa, no relacionamento familiar, exerce liderança procurando dar direção a família. Muitos problemas familiares estão relacionados a falta de liderança do marido, do pai.
Percebemos desta forma, que a administração da Igreja de Deus é muito parecida com a administração familiar. A família serve de modelo para a Igreja. aliás, a Igreja é chamada de família de Deus. Assim como na família deve haver, respeito, amor, fidelidade, companheirismo, assim deve acontecer na Igreja. Muitos problemas na Igreja são reflexos dos problemas familiares. Esposo que fala mal da esposa, para os filhos, para outras pessoas, geralmente será alguém que na Igreja irá fazer o mesmo em relação aos irmãos. A falta de perdão na Igreja, pode ser reflexo da falta de perdão no lar, e assim por diante. Por isso é de fundamental importância escolhermos líderes para Igreja, que já tenham demonstrado capacitação ao liderar sua família.
Percebemos a importância fundamental que exerce a família no plano de Deus. Ela serve como célula embrionária para a Igreja. Com certeza podemos dizer, que tal função a família exerce em relação à sociedade de uma forma geral. A saúde da família está diretamente relacionada à saúde da Igreja. Famílias saudáveis formarão Igrejas saudáveis. O contrário, como já dissemos, é também verdade.
Concluímos que a família precisa receber a devida atenção e investimento, para que existindo de forma saudável e harmoniosa, possa contribuir para saúde da Igreja de Cristo.
Que Deus nos abençoe, iluminando nosso entendimento concedendo aos líderes familiares capacitação, para que dentre esses possamos escolher líderes, oficiais capazes para a liderança na Igreja.

Jesus o Pão da Vida

João 6.35, 48, 51
“Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo”.

Dentre tantas declarações feitas acerca de Jesus, uma delas é que ele é o pão da vida. Foi ele mesmo quem fez esta declaração, por ocasião daquele encontro com a multidão que o buscava não com o intuito de receber dele a vida eterna e seus ensinos, mas por ter enchido a barrida no dia anterior (Jo 6.1-15, 26).
Jesus se dirigi a tal multidão e a corrigi, dizendo que deveria trabalhar “não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna”, comida esta que seria dada pelo Filho do Homem. Continuando a falar com a multidão, Jesus declara ser ele o Pão da Vida que desceu do céu, e que portanto, poderia dar a multidão a subsistência para a vida eterna. Conforme as notas da Bíblia de Estudo de Genebra (p. 1229, 1240), nesta declaração há uma implícita reivindicação de sua divindade. Tal expressão lembra Êxodo 3.14, que fala do maná que descia do céu e que serviu de sustento para o povo durante o tempo que permaneceu no deserto. Durante quarenta anos o Senhor Deus sustentou o povo, dando-lhe pão.
O “pão” na Bíblia é sinônimo de todas as coisas que são necessárias para a subsistência. Esta figura portanto, não simboliza apenas a comida diária, mas, todas as coisas necessárias à sobrevivência, como roupa, calçado, abrigo e outras coisas vitais à vida. Por essas coisas trabalhamos diariamente. Lutamos todos os dias para proporcionar a nós e a nossa família, tudo quanto é necessário para a nossa sobrevivência. Quando Jesus reivindica ser o Pão da Vida, ele demonstra com isso, ser o elemento indispensável para a nossa vida espiritual. Sem ele estamos mortos, espiritualmente falando. Sem ele diariamente em nossa vida, não podemos continuar a viver espiritualmente. Se não o buscamos constantemente – pela oração e pela Palavra – podemos nos tornar desnutridos espiritualmente falando.
Para termos mais de Cristo, precisamos recorrer a fonte que o revela, a Bíblia. Por meio da Palavra podemos conhece-lo mais e mais e nos alimentar do seu Evangelho. O Evangelho de Cristo é a sua própria voz.
Cuidemos para não nos tornarmos como aquela multidão, que procurava Jesus pelas razões erradas. Aquela multidão só se preocupava em seguir a Jesus por ter enchido o ventre. O mais precioso alimento que Jesus lhe podia acrescentar era desprezado. Nos esforcemos para receber e proporcionar a nossa família, do alimento indispensável para termos vida espiritual, comunhão com Deus. Façamos uso dos meios dispensados a nós para obtermos mais do Pão da Vida, ou seja, a oração, a Palavra e os sacramentos. Se privarmos a nós mesmos e a nossa família de tais meios, deixaremos de obter do alimento espiritual, que é Cristo.
Nos dias em que vivemos, tumultuados e cheios de necessidades, somos pressionados a nos comportarmos como aquela multidão, ou seja, preocupados apenas com as nossas necessidades mais imediatas e ou terrenas, deixando de buscar aquele alimento mais precioso, o Pão da Vida. Isso é demonstrado em muitas de nossas petições dirigidas a Cristo, resumidas às vezes em pedidos por necessidades básicas de subsistência. Não que Jesus não esteja interessado em nos proporcionar os recursos para a subsistência. É claro que está. No entanto, deveríamos recorrer a ele, acima de tudo, para obter dele o alimento mais precioso que pode nos oferecer, ou seja, o Pão da Vida, o alimento para a subsistência eterna. Foi ele mesmo quem disse: “trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna”.
Por qual comida temos trabalhado? Qual delas têm recebido a prioridade? Por qual temos nos esforçado mais? Nossas atitudes e preocupações podem revelar por qual temos lutado.