A parábola do fariseu e do publicano é
registrada apenas por Lucas. Conforme Lucas esta parábola é contada no contexto
em que Jesus tem encontro com o jovem
rico (Lc 18.18). Os evangelistas Mateus e Marcos, também registram de forma
semelhante a Lucas, sobre este encontro de Jesus. Lucas ainda, logo depois de
registrar sobre este encontro, ao
organizar seu material e apresenta-lo a seus leitores, relata sobre o encontro
que Jesus tem com Zaqueu, o publicano. Ao que parece, Lucas diferente dos
outros evangelistas, tem o cuidado de não omitir esses encontros em paralelo
com o ensino da parábola. Pode-se perceber uma estreita ligação entre tais
encontros e o ensino da parábola.
A. O
fariseu e o jovem rico
Jesus propôs essa parábola, para
demonstrar que ninguém pode se aproximar de Deus, através de méritos pessoais.
A parábola é dirigida àqueles que “confiavam em si mesmos, por se considerarem
justos, e desprezavam os outros” (Lc 18.9). O fariseu da parábola era alguém
que confiava em seus méritos pessoais, achando que isso pudesse garantir sua
aceitação diante de Deus. Enganava-se, pois, ninguém pode se apresentar diante
de Deus confiando senão no favor gracioso de Deus. Por isso, ele voltou para
sua casa sem ser justificado, pois aquele que se exalta será humilhado.
O jovem rico, age como um legítimo
fariseu. Ele se aproxima de Jesus, com o fim de ser por este exaltado. Pergunta
como faria para herdar por si mesmo a vida eterna. Tendo Jesus respondido que
ele precisava praticar os mandamentos, logo destaca que praticava todos os
mandamentos desde a sua juventude. Em outras palavras, considerava-se merecedor
da salvação. Jesus ao demonstrar que tal homem quebrava os mandamentos, por não
poder se separar das riquezas que possuía, amando-as mais do que a Deus e ao
próximo, demonstrou quão impossível é para alguém receber a vida eterna, com
base em seus próprios méritos. Na verdade, ninguém pode merecer a salvação.
Somos imperfeitos e falhos. Somos incapazes de merecer o favor de Deus. Por
isso, a impossibilidade de alguém entrar no reino de Deus, senão confiando em
sua graça (Lc 18.24-30).
B. O
publicano e Zaqueu
O publicano a semelhança do fariseu, foi
ao templo também com o propósito de orar. O publicano diferente do fariseu
reconhece sua condição pecaminosa. Sentindo-se humilhado por seu estado
pecaminoso, evita se aproximar do templo, e nem ao menos levantava a cabeça.
Cabisbaixo, batia no peito, em autoacusação. Mas, orava: “Ó Deus, sê propício a
mim, pecador” (Lc 18.13). Ele sabia que não possuía méritos pessoais para
alcançar o favor de Deus, mas confiava na graça divina, para ser aceito por
Deus. Por sua humilde petição e atitude foi justificado, porque todo o que se
humilha será exaltado (Lc 18.14).
Zaqueu (publicano) agiu como o publicano
da parábola. Diante do Filho de Deus,
reconhece suas culpas, resolvendo indenizar aqueles a quem havia
defraudado e doar parte da sua riqueza aos pobres. Zaqueu foi salvo,
justificado. Assim como Zaqueu, todo pecador que humildemente se aproxima de
Deus, confiando em sua graça, recebe dele a salvação oferecida por meio dos
méritos de Cristo.
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