Depois do encontro que Jesus teve com três
supostos seguidores, ele designou setenta de seus discípulos para que fossem
adiante dele, nas cidades que ele estava para visitar. Lucas é o único dos
evangelistas que registra sobre essa missão, mas percebemos uma semelhança
entre as instruções dadas aos setenta, com as instruções dadas anteriormente
aos doze (9.1-6; Mt 10.5-15; Mc 6.7-13). Uma aplicação possível desta passagem
é traçar um paralelo entre a missão dos setenta com a missão que Cristo deu a
sua Igreja em todos os tempos.
O número de setenta discípulos pode ser
simbólico. Em Gênesis 10 há uma lista de setenta nações originadas dos filhos
de Noé. Portanto, setenta pode representar o mundo todo, composto de diversas
nações. Jesus enviou setenta discípulos para que fossem a todas as cidades,
para onde ele iria depois.
Jesus diz que “a seara” é grande, mas os
trabalhadores são poucos, razão pela qual, seus discípulos deveriam rogar ao
Senhor da seara para que mandasse mais trabalhadores. Portanto, essa missão
seria difícil e trabalhosa, mas deveria ser realizada na dependência de Deus.
Para demonstrar mais ainda a dificuldade, Jesus diz que eles estavam sendo
enviados como cordeiros para o meio de lobos. Portanto, o ambiente em que a
missão seria realizada, era hostil e perigoso.
Os discípulos deveriam ir de cidade em
cidade e de casa em casa. Ao serem bem recebidos, deveriam permanecer e
anunciar a mensagem do Reino: “A vós outros está próximo o reino de Deus”
(v.9).
A missão de anunciar a Cristo de casa em
casa, de cidade em cidade e em todo o mundo, permanece como uma missão para a
Igreja em todos os tempos. Trata-se de uma tarefa difícil, que conta com
escassos trabalhadores e que deve ser realizada sempre com oração (At. 1.8; Mt
28.18-20). Hoje, assim como foi dito por jesus a seus discípulos, nem sempre a
mensagem será bem recebida pelos ouvintes. Alguns irão aceitar e outros
rejeitar a mensagem do Evangelho da Salvação em Cristo.
A Igreja de Cristo hoje vive em tempos
diferentes, no que diz respeito aos recursos tecnológicos. No entanto, deve
cuidar para não ser dominada por tais avanços a ponto de comprometer a sua
missão. A Igreja corre o risco de ficar dependente dos recursos, deixando de
enfatizar sobre o dever que cada crente tem de testemunhar de Cristo, em todos
os lugares e em todo tempo. Deve sim fazer uso dos recursos que lhe estão
disponíveis, mas, não esquecer que para realizar sua missão, precisa apenas estar
comprometida com ela e simplesmente anunciar.
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