“O justo viverá por fé”
Romanos 1.17
Martinho Lutero
(1483-1546) nasceu em Eisleben, na Saxônia. Era descendente de uma família de camponeses. Seu
pai trabalhava numa mina de ferro e era um homem de poucos recursos durante a
infância de Lutero, mas, progredindo depois, pôde dar a seu filho uma educação
aprimorada. Com dezoito anos, Lutero ingressou na mais famosa universidade
alemã, a de Erfurt, para estudar Direito.
Lutera estava
prestes a iniciar sua carreira profissional, quando resolveu tornar-se monge,
entrando para o Convento dos Agostinhos em Erfurt. Tal decisão causou grande
decepção a seu pai.
No mosteiro,
Lutero, passou por uma grande batalha espiritual. Seu ingresso para a vida
monástica, se deu como uma tentativa para encontrar a salvação. Apesar de seus
esforços, por meio de jejuns, flagelações, vigílias, não conseguia obter alívio
para sua alma, que era constantemente atormentada pelo sentimento de pecado e
de estar sob a ira de Deus.
A vida de Lutero
antes de se tornar reformador, foi bastante agitada. Entrou para o mosteiro em
1505, foi ordenado em 1507, em 1508 foi a Wittenberg, em 1509 a Erfurt, e em
1511 foi convidado a ensinar na universidade de Wittenberg.
Em 1511, em uma
viagem que teve que fazer à Roma, para tratar de assuntos relacionados a sua
Ordem, fez visitas a diversos lugares sagrados de santos e a igrejas. Nessa
visita, para livrar seu pai do purgatório, resolveu subir de joelhos, a
escadaria, Scala Sancta (escadaria
que se diz ter sido trazida da casa de Pilatos) repetindo o Pai Nosso, em cada degrau. Ao completar
a subida, questionou: “Quem sabe se tudo isto é verdade”?
No fim de 1512 e
início de 1513, enquanto lia a epístola de Romanos, encontrou as palavras: “Mas
o justo viverá pela fé” (Rm 1.17). Tais palavras causaram um impacto muito
grande em seu coração. Ao lê-las, pôde compreender que a paz de espírito que
tanto almejava e o alívio para o peso de seus pecados, só eram possíveis, por
meio da justiça alcançada por Cristo Jesus. Foi então que encontrou paz
interior, pois, descobriu que a salvação era baseada na fé em Deus através de
Cristo, e não em qualquer obra que ele praticasse. Prosseguiu estudando a doutrina
da justificação pela fé e nos estudos do livro dos Salmos e das epístolas de
Paulo.
Por mais de
quatro anos Lutero trabalhou em Wittemberg sem romper com a igreja Católica.
Pregava muito acerca da verdade que havia descoberto, rejeitando os ensinos
falsos da igreja.
Em 1517 em
Wittenberg, apareceu um homem chamado Tetzel, enviado pelo arcebispo de
Mongúcia, vendendo indulgências emitidas pelo papa. Por meio dessas
indulgências, prometia-se diminuição das penas do purgatório. Lutero convencido
de que tal procedimento desviava o povo do ensino acerca de Deus e do pecado,
resolveu enfrentar tal erro. Como resposta, a venda das indulgências e a outros
erros doutrinários, Lutero, no dia 31 de outubro de 1517, véspera do Dia de Todos os Santos, afixou na porta
da capela de Wittenberg, suas 95 teses.
As 95 Teses de Lutero, foram distribuídas por toda a Alemanha.
Tão logo as autoridades católicas tomaram conhecimento de seu conteúdo,
começaram a agir contra seu autor. Lutero teve que comparecer a diversas audiências,
para se defender. Em sua defesa Lutero ensinou que o papa não tinha autoridade
divina e que os concílios eclesiásticos não eram infalíveis. Não sendo demovido
de seus posicionamentos, não houve outra alternativa para ele, senão romper
coma a Igreja Católica, organizando tempo depois, uma igreja nacional alemã.
Lutero traduziu
a Bíblia para a língua alemã. Organizou escolas onde existiam igrejas. Seus
escritos tinham larga aceitação, e assim, seu movimento se fortificou na
Boêmia, Hungria, Polônia, Inglaterra, Escócia, França, Países Baixos,
Escandinávia, e mesmo na Espanha e Itália.
Martinho Lutero,
deve ser lembrado por sua grande contribuição, para o desabrochar da Reforma
Protestante. Fica claro, que tudo aquilo que ele realizou, se deve antes, ao
agir de Deus, que por meio de sua Palavra, conduziu seu servo a verdade do
Evangelho.
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