As
escolhas erradas de Davi e de Bate-Seba foram resultados das atitudes
espirituais que assumiram e da falta de vigilância. Embora a ênfase seja dada
no texto ao pecado de Davi, no entanto, percebemos que Bate-Seda permaneceu
passiva diante de tudo, não manifestando qualquer desconforto com a situação.
Por isso, consideramos que a escolha também foi dela. Para entender o que
ocorreu com Davi e como um “homem segundo o coração” de Deus (1Sm 13.14; At
13.22) pôde trazer ruína para a sua vida e família, precisamos entender o que
estava acontecendo com ele, e em que circunstâncias sua escolha ocorreu.
Em
2Samuel 11.1, temos o contexto em que Davi comete adultério com Bate-Seba.
Lemos o seguinte: “[...] no tempo em que os reis costumam sair para a guerra
[...] Davi ficou em Jerusalém”. Tais palavras parecem uma crítica a atitude de
Davi e apontam para as circunstâncias de seu pecado. Ao que parece, Davi
negligenciou as suas obrigações como rei de Israel. Ele deveria ter acompanhado
seu exército, mas preferiu ficar em sua casa na ociosidade, a descansar e a
passear, enquanto seus homens estavam em batalha (Veja-se o verso 2,
comparando-o com os versos 1 e 11). A escolha de Davi foi determinada por sua
atitude de negligenciar seus deveres como servo de Deus, visto que a posição
que ocupava fora estabelecida por Deus. Foi Deus quem o havia ungido como rei
para governar e estar à frente de Israel.
Conforme
2Samuel 11.2, em sua ociosidade e negligência, Davi ao olhar pelo terraço de
sua casa avistou uma mulher tomando banho e que era mui formosa. A narrativa
dos fatos dá entender que Davi agiu de forma descuidada. Estava aonde não
deveria estar e olhou o que não podia olhar e cobiçou o que não era seu.
Talvez, as grandes conquistas de Davi, conforme podemos perceber nos relatos do
livro de 2Samuel, principalmente os capítulos 8 a 12, a posição de
segurança e conforto que havia alcançado, pudesse ter “subido à sua cabeça”, e
nesse momento o orgulho tivesse tomado conta de seu coração, a ponto de baixar
a guarda espiritual de seu coração, ou seja, ele havia deixado de vigiar para
não cair em tentação e esquecido que a carne é fraca (Mt 26.41; 1Co 10.12).
A
história do adultério de Davi, nos ensina o quão é necessário cuidarmos de
nossa vida espiritual, mantendo a vigilância, para não fazermos escolhas
erradas. Davi subestimou a sua natureza pecaminosa, esquecendo-se de que ainda
era um pecador e precisava vigiar sempre. Se tivesse agido diferente, não teria
tomado a decisão de olhar pelo terraço e mandar buscar para si a mulher que não
era sua esposa. Muitos caem em tentações como Davi caiu, por subestimarem os
perigos espirituais. Quantos são aqueles que fazem escolhas erradas, escolhendo
o adultério, a fornicação, simplesmente porque olharam “pelo terraço”,
acessaram aquela página na internet com imagens impróprias, que não deveriam
acessar, cederam a tentação de dar uma olhadinha apenas, e isto desencadeou
outras atitudes e escolhas que resultaram em ruína.
O que
Jesus ensina em Mateus 5.27-32 deve ser levado em conta, para não fazermos
escolhas semelhantes à de Davi. Vigiemos para não cairmos em tentação, para não
escolhermos o que pode nos conduzir a ruína. Antes, em tudo sejamos
criteriosos, fazendo escolhas justas, que sejam reflexos de nosso compromisso
com o Senhor e sua Palavra.