O
presbiterianismo tem o seu início histórico fundamentado nos princípios
estabelecidos na Reforma Protestante do século XVI, e por isso tem com este
movimento estreita relação. A Reforma foi um movimento, que inicialmente tentou
reformar a Igreja Católica Apostólica Romana, mas, não tendo êxito, deu início
a uma outra vertente doutrinária dentro do cristianismo. Foi um movimento que
surgiu no século XVI e teve seu impulso a partir de seu líder Martinho Lutero,
na Alemanha. O que é conhecido como luteranismo teve início com ele.
A Reforma Protestante se expandiu por outros países. Na Suíça surgi um
segundo movimento, liderado por Ulrico Zuínglio, em parte semelhante ao
luteranismo, mas com características bastante distintas. Após a sua morte,
algum tempo depois, surgi outra figura importante no cenário da Reforma que foi
o francês João Calvino. Embora fosse francês e tenha lutado para que seu país
aderisse a Reforma, Calvino desenvolveu sua reforma na cidade de Genebra na
Suíça. O termo “reformado” está intimamente relacionado ao trabalho tanto de
Zuínglio como de Calvino. A obra teológica de Calvino influenciou grandemente o
movimento reformado. Seu nome permanece associado ao sistema de governo e
teologia das igrejas conhecidas como Igrejas Reformadas. O presbiterianismo em
seu sistema de governo e teologia pode ser chamado de reformado e calvinista,
pois, seu início foi motivado por essas concepções teológicas.
O presbiterianismo surgiu nas Ilhas Britânicas, mais especificamente
na Escócia e Inglaterra. Foi fruto das disputas entre aqueles que queriam uma
igreja mais independente da interferência e controle do estado – governada por
presbíteros docentes e regentes eleitos pelos crentes e reunidos em concílios –
contra a posição dos reis ingleses que queriam uma igreja de governo episcopal
– governada por bispos nomeados pela coroa, conseqüentemente controlada pelo
estado. O presbiterianismo só vigorou na Inglaterra por poucos anos, durante a
década de 1640, quando elaborou por meio da Assembleia de Westminster –
convocada pelo Parlamento – importantes
documentos doutrinários adotados por grande parte das igrejas reformadas ( As
igrejas presbiterianas de modo geral, inclusive a Igreja Presbiteriana do
Brasil adotaram esses documentos como seus símbolos de fé. São três esses
documentos: A Confissão de Fé de Westminster, Catecismo Maior e Breve
Catecismo). O sistema presbiteriano só conseguiu se estabelecer de forma
permanente na Escócia. Da Escócia, o presbiterianismo se expandiu com a
colonização para a Irlanda e no século dezessete para a América do Norte. Por
meio dos colonizadores escoceses-irlandeses formou-se a Igreja Presbiteriana
dos Estados Unidos e por meio dessa igreja, o presbiterianismo chegou a outros
países, como se deu no Brasil, por meio do missionário Ashbel Green Simonton.
Simonton
desembarcou no Brasil, no porto do Rio de Janeiro, no dia 12 de agosto de 1859,
enviado pela Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, pela Junta de Nova York.
A partir dos esforços desse missionário e de outros, instalou-se a Igreja
Presbiteriana do Brasil. No final de 1861, Simonton contava com a companhia de
outros pastores presbiterianos que contribuiriam para a obra presbiteriana em
solo brasileiro: Alexander Latimer Blackford (cunhado e Simonton), Francis J.
C. Schneider e James (irmão de Simonton).
A
primeira igreja a ser organizada foi a do Rio de Janeiro, no dia 12 de janeiro de
1862. Infelizmente Simonton viveria poucos anos e não conseguiria ver os
grandes frutos de seu trabalho. Devido as constantes enfermidades,
Simonton morreu poucos anos depois de
ter chegado ao Brasil, em 9 de dezembro de 1867.
Que em
sua infinita graça e amor, Deus abençoe a Igreja Presbiteriana do Brasil e que
a obra que Ele iniciou por instrumentalidade de seus servos, alcance seu
objetivo.