terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Catástrofes e o Chamado de Deus para o Arrependimento

Lucas 13.1-5


Que leitura você faz de catástrofes, como aquela ocorrida, semanas à trás, em algumas cidades do Rio de Janeiro? Teria Deus alguma participação nesses acontecimentos?
Em tais circunstâncias, várias perguntas são levantadas. Tais acontecimentos têm dado ocasião, para alguns teólogos anunciarem uma nova visão teológica, questionando a soberania e onipotência de Deus, dizendo que Ele não pode fazer nada para impedir e que nem ao menos, poderia permitir tais ocorrências, pois, isto não seria compatível com o caráter bondoso e amoroso de Deus.
Há também aqueles que se arriscam em dizer que calamidades como a do Rio de Janeiro, podem ter ocorrido como uma forma de juízo de Deus sobre aquelas pessoas, punindo-as por algum pecado.
Qualquer conclusão a respeito de catástrofes, deverá ser resultado do entendimento bíblico. Precisamos atentar para o que a Bíblia diz a respeito de acontecimentos como os que temos testemunhado em nosso tempo. A passagem de Lucas 13.1-5, pode trazer luz e esclarecimentos a respeito da questão aqui levantada.
Conforme o texto, Jesus é abordado por alguns que falavam acerca da atrocidade cometida por Pilatos, matando judeus que ofereciam seus sacrifícios durante o culto. Isto era algo abominável. Não é mencionada a razão por estarem relatando o ocorrido. Há aqueles que acham que tais pessoas estavam testando Jesus, querendo obter dele, um posicionamento político frente ao império Romano, representado por Pilatos. De acordo com a resposta de Jesus, ao que parece, tais pessoas estavam estabelecendo alguma relação entre o ocorrido com alguma culpa pecaminosa que porventura tivessem as vítimas. Vejam o verso 2 e 3a. Ao que parece então, as pessoas que se aproximaram de Jesus, consideravam que as vítimas da ira de Pilatos certamente teriam sido muito perversas, do contrário Deus não lhes teria permitido morrer dessa maneira. Esse entendimento era comum entre os judeus e entre os seus discípulos (Veja-se: Jo 9.1-3; Jó 4.7; 8.20; 11.6; 22.6-10).
Jesus contraria esse entendimento, dizendo que a morte de tais galileus, não se deu por serem eles mais pecadores do que outros galileus. Em outras palavras, eles não poderiam julgar que tal calamidade era resultado dos pecados dos galileus mortos.
No verso 4, Jesus menciona um outro fato ocorrido naqueles dias, a morte de dezoito pessoas com o desabamento de uma torre em Siloé. Agora Jesus menciona um acontecimento acidental. Mais uma vez Jesus afirma que, tal não ocorreu, por serem tais pessoas mais culpadas do que os outros habitantes de Jerusalém. Percebam meus irmãos que o que Jesus diz, serve para esclarecer-nos também a respeito das calamidades, ocorridas no mês de janeiro.
Ou seja, não podemos julgar que tais ocorrências seja uma forma exclusiva de Deus punir pessoas por sua rebelião ou pecado.
As pessoas que foram atingidas nas tragédias recentes, não eram mais pecadoras do que as demais. As coisas que lhes aconteceram, não foram demonstração do juízo de Deus sobre elas de forma exclusiva.
Mas Jesus, traz luz sobre um outro princípio, que deve ser considerado quando tentamos entender a razão da ocorrência de tragédias e calamidades. Vejam o que Jesus afirma com respeito aos dois acontecimentos mencionados (Cf. os versos 3 e 5).
Jesus toma as duas tragédias e faz uso delas, para despertar a mente de seus ouvintes quanto a necessidade de arrependimento, caso contrário, os impenitentes igualmente pereceriam em seus pecados.
“Perecer” no contexto bíblico, significa estar sob condenação. Aponta para a condenação eterna que virá sobre os pecadores que não se arrependerem (Vejam o Sl 1.6; Jo 3.16; Mt 10.28; Jo 10.28).
Percebam que as tragédias noticiadas entre os ouvintes de Jesus, tratava-se de um tipo do juízo vindouro de Deus. Em sua soberana vontade, Deus permite, ordena que tais coisas venham sobre a humanidade, como sendo uma maneira dele chamar os pecadores ao arrependimento, de alertar sobre o que fará no último dia. No livro do Apocalipse, também somos informados de que o Senhor envia calamidades a terra, na tentativa de que os homens ouçam a sua voz e se arrependam (Ap 16.9; 8.8, 9, 20, 21).
Podemos dizer então, que as calamidades que temos presenciado sobre a terra, são juízos iniciais de Deus, não especificamente sobre as pessoas diretamente afetadas, mas, de maneira geral sobre a humanidade pecadora e rebelde. Deus está chamando o homem ao arrependimento.
É essa leitura que Jesus nos apresenta sobre as calamidades e tragédias que ocorrem sobre a terra, e é essa leitura que devemos ter de tais fatos. Até que ponto todos nós estamos atentos e apercebidos do que Deus está fazendo? Até que ponto, temos todos nós já provado de um arrependimento genuíno, verdadeiro? Até que ponto, nós estamos com os nossos ouvidos atentos a esta mensagem enviada da parte de Deus?
Que Deus tenha misericórdia de nós e nos faça compreender o que ele está fazendo. Que possamos também, despertar a mente de outras pessoas, para essa mensagem, a fim de que se arrependam de seus pecados e coloquem a sua confiança em Cristo Jesus.