sexta-feira, 29 de julho de 2016

Deus Reina


“... e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado...” (Ap 4.2)



O livro do Apocalipse foi dado a Igreja do primeiro século, que, enfrentava grande perseguição, sob o governo do Império Romano. Naquela ocasião, servir a Cristo, podia resultar em martírio. Foi justamente nesse contexto, de grande angústia, de grande tribulação, que João, o apóstolo amado, recebeu do Senhor Jesus a mensagem desse livro, para servir de conforto e encorajamento para tais crentes.

No capítulo 4, João tem a visão do trono e sentado nele está Deus Pai. Todos os acontecimentos descritos a partir de então, são governados, dirigidos, colocados em execução pelas ordens emanadas dAquele que se encontra assentado no trono. O Cordeiro, Cristo Jesus, nessa visão assume um papel central, pois, somente Ele foi achado digno de abrir o livro selado, ou seja, somente Ele poderia colocar em execução o plano de Deus para a história da humanidade (5.1-14).

Essa visão, revelada aos crentes daquela época – através do simbolismo do trono – de que Deus é o Todo-poderoso, o governante Supremo da história e dos acontecimentos, certamente produziu em seus corações, uma firme confiança, encorajando-os a enfrentar as aflições, as angústias daqueles tempos. Que conforto para eles era saber que tudo o que estava acontecendo se encontrava debaixo do governo de Deus. Que conforto era saber que os inimigos da Igreja e de Cristo, não teriam êxito em suas perseguições, pois, embora os crentes pudessem ser levados até mesmo a morte, estariam seguros com o Senhor e receberiam a coroa da vida (2.10, 11). Que conforto era saber, que muito embora a injustiça pudesse parecer reinar, um dia o Senhor em reposta as orações dos que haviam sido mortos por causa da palavra, iria punir todos aqueles que causaram e causam sofrimento a sua Igreja (6.9-17).

Certamente esta mensagem, deve servir-nos também de encorajamento, pois, como Igreja de Cristo, também enfrentamos angústias, tribulações, perseguições, pois vivemos em um mundo que está em oposição a Deus e a seu Filho.

Que conforto saber que nosso Deus reina. Devemos ser dominados por uma firme confiança em Deus, pois, tudo o que acontece neste mundo está debaixo de sua autoridade. Nas angústias, tribulações e sofrimentos neste mundo, os crentes em Cristo, podem descansar, certos do cuidado e da direção de Deus.

Deus seja louvado!

Dinheiro é uma questão espiritual

“Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males [...].” (1Tm 6.10a)

          Pode parecer estranho para alguns o título desta pastoral, contudo, se analisarmos bem a questão levantada, concluiremos que de fato, “Dinheiro é Uma Questão Espiritual”. Os Guinness em seu livro “O Chamado” (p. 142), editado pela Cultura Cristã, trata sobre esse assunto e faz algumas afirmações importantes conforme se segue: “No centro do significado do dinheiro estão numerosas perguntas, tais como: ‘Por que há um problema?’. É significativo que o domínio do dinheiro na sociedade moderna coincida com o desaparecimento do pensamento moderno sobre a questão da avareza [...] Através da história o problema mais universalmente reconhecido do dinheiro era que sua procura é insaciável. Enquanto procuramos dinheiro e possessões, notam os observadores, a busca se torna em desejo jamais satisfeito que alimenta a avareza – descrita na Bíblia como a vaidade de ‘correr atrás do vento’, e pelos modernos como um vício. A própria palavra hebraica para dinheiro (kesef) vem de um verbo que significa ‘desejar’ ou ‘almejar alguma coisa’ [...] Tradicionalmente, tem sido descrito melhor como uma forma de sede espiritual que nunca pode se saciar. Essa incapacidade toca em duas áreas: obter o que não temos e agarra-lo sem abrir mão do que temos. [...] a insaciabilidade sempre foi vista como sinal de outras necessidades – poder, proteção, aprovação, e assim em diante. [...] a insaciabilidade é muitas vezes ligada ao ser consumido. Os indivíduos e as sociedades que se dedicam ao dinheiro logo são devorados por ele”.
O que Os Guinness diz sobre a questão espiritual do dinheiro, ou seja, sobre o perigo do pecado da avareza, não se trata de uma constatação particular sua, visto que, trata-se de algo tantas vezes denunciado nas Escrituras (Mt 6.19-21, 24; 1Tm 6.10). A Bíblia fala, conforme os textos citados – e conforme outros exemplos como do homem rico (12.13-21), do jovem rico (Lc 18.18-30), de Judas Iscariotes (Lc 22.3-6), Ananias e Safira (At 5.1-11) – sobre o perigo do amor ao dinheiro, sobre a vaidade ligada as possessões, sobre o perigo de nos tornarmos materialistas, consumistas e tantos “istas”, que afogam a nossa sociedade e sufocam o amor. Os crentes em Cristo Jesus, devem ter um relacionamento responsável com o dinheiro. O dinheiro em si não é mau, contudo, quando mal administrado e investido em coisas supérfluas, ou não investido da forma como Deus requer, se torna um problema que pode levar a ruína espiritual.
               Os Guiness ainda diz algo interessante: “Em nossos dias dizem que seguindo o colapso do totalitarismo soviético, o maior perigo ocidental é o ‘totalitarismo do mercado’ ou ‘imperialismo econômico’. ‘No que é que o economista economiza?’ pergunta-se. A resposta é ‘amor’. Num sistema de mercado que opera estritamente sobre lucros e perdas, uma sociedade passa a viver com menos amor que sob qualquer outro sistema. A sociedade [...] economiza no amor”.
Uma maneira de sabermos como temos lidado com o dinheiro é verificamos no que temos investido nossa renda, se em tais investimentos tem sobrado espaço para o amor, ou se somos controlados pelo desejo insaciável de ter, possuir. A fidelidade na contribuição, por meio de dízimos e ofertas, e outras formas de contribuição, trata-se de uma forma de regularmos nosso apego ao dinheiro e não economizarmos no amor. Geralmente, pessoas displicentes em suas contribuições, são aquelas que apresentam algum problema com o dinheiro e ou algum mal decorrente de seu mau uso.

Que Deus nos ajude a lidarmos de forma adequada com o dinheiro, para que não nos tornemos avarentos, evitando os perigos espirituais relacionados a seu mal-uso.