terça-feira, 25 de maio de 2010

Fazendo uma Faxina em nosso Coração

A maioria de nós tem o hábito de acumular em casa, objetos quebrados, papéis velhos, roupas usadas e uma série de coisas que deixamos de usar e que não conseguimos nos desfazer rapidamente. Alguns têm até mesmo uma estante ou um canto da casa onde acumula tais coisas. De vez em quando, tomamos coragem e fazemos uma limpeza geral e damos fim a todas aquelas tralhas. Quando assim agimos, melhoramos o ambiente, desocupamos espaço para ser ocupado por algo mais útil e necessário.
Em nosso viver no que diz respeito aos nossos sentimentos, relacionamentos, parece que acontece algo semelhante ao que disse acima. Os conflitos e dificuldades que surgem nas diversas esferas de nosso relacionamento, seja com os nossos parentes, amigos ou com nossos irmãos na fé, quando não resolvidos, geram ressentimentos, mágoas, ausência de perdão, tristezas que com o passar do tempo, são acumulados e guardados no coração. Assim, fazemos de nosso coração “aquele cantinho”, semelhante àquele que temos em nossa casa, onde acumulamos as coisas inúteis. É por esse motivo que existem pessoas amarguradas, que volta e meia estão se reportando a conflitos e ressentimentos do passado.
A “limpeza” desse “cantinho”, se faz necessária. Precisamos acabar e por um fim a tudo aquilo que nos impede de ter um relacionamento sincero, verdadeiro, amoroso seja com quem for ou com quem tivemos alguma dificuldade.
Não foi à toa que Jesus nos ensinou a procurar aquele que pecou contra nós (Mt 18.15). Quando fazemos o que Cristo diz, não damos chance para que a mágoa ou ressentimento se acumule, pois, confrontando fraternalmente o irmão preparamos o terreno para que o perdão seja cultivado (Mt 18.21, 22). Há pessoas que evitam qualquer argüição e por isso nunca têm suas pendências resolvidas.
O que Paulo diz em Efésios 4.31-32 e 5.1-2, é importante também. Se o perdão fosse uma prática vivida sempre por todos e se imitar a Deus fosse um alvo, certamente, não haveria tantas coisas inúteis acumuladas na vida de muitos. Por certo, não haveria tantos irmãos que não se falam. Por certo, o amor, a paz entre os irmãos, seriam virtudes cada vez mais reinantes.
Tudo o que foi dito até aqui, acima de tudo, deve ser uma atitude assumida no convívio familiar. Hoje em dia, a razão de muitas famílias não desfrutarem de um convívio harmonioso e a razão de tantos casamentos desfeitos, tem o mesmo problema como raiz, ou seja, o acúmulo de ressentimentos e tantas outras coisas inúteis que servem apenas para ocupar lugar em nosso coração. A limpeza proposta acima deve ser uma prática assumida no relacionamento familiar. Quantas vezes em ocasião em que há novo desentendimento, por entre cônjuges, aquela mágoa guardada, resultado de um desentendimento ocorrido há tanto tempo no passado, é trazida à tona, servindo de vantagem par um dos cônjuges na disputa. O que ocorre, é semelhante como se pegássemos aquele objeto que não tem conserto, guardado no fundo do armário e o mudássemos de lugar ou o deixássemos no meio do caminho estorvando a passagem. O ideal é que tal objeto pudesse ter um outro destino, ou seja, o lixo. Da mesma forma, precisamos deitar fora aquela mágoa, ou aquele ressentimento ou tantos outros sentimentos que estão estorvando e ocupando o lugar em nosso coração, nos impedindo de ter um relacionamento familiar saudável, prazeroso, e que serve apenas para causar mais problemas. Para isso, precisamos exercitar o perdão, a conversa franca, instrumentos indispensáveis para a tal “faxina” proposta.
Que Deus nos abençoe, nos auxiliando a desenvolver um relacionamento saudável em todos os âmbitos e principalmente no familiar.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O valor de uma mãe: Reflexo do cuidado de Deus para com seus filhos

Dentre várias figuras usadas nas Escrituras para se referir ao cuidado providencial de Deus, encontramos a figura da mãe. No Salmo 131.2, Davi usa a imagem de uma criança desmamada que se aquieta nos braços de sua mãe, para representar o perfeito contentamento e confiança que ele desfrutava em Deus: “[...] como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo”. Sobre isso lemos na Bíblia de Estudo de Genebra, p. 711: Deus é o Criador tanto do homem quanto da mulher. O cuidado e a proteção que são a força de uma mãe são um reflexo de um dos aspectos do próprio caráter de Deus (Pv 8; Is 66.12-13)”.
No Salmo 57.1, Davi também se refere ao cuidado de Deus do qual ele desfrutava, como se fosse o cuidado de uma ave-mãe que acolhe seus filhos debaixo de suas asas, protegendo-os do calor, do frio e do perigo: [...] à sombra.de suas asas me abrigo, até que passem as calamidades. Jesus também usou esta última figura, em Mateus 23.37, para expressar o que ele desejou fazer com Jerusalém.
A importância e o valor de uma mãe já foram retratados por diversos poetas, mas, o seu papel usado nas Escrituras para exemplificar o cuidado de Deus dispensado aos crentes, torna ainda mais relevante e magnífico o seu papel. Percebemos que, quando a mãe dispensa cuidado a seu filho, lhe proporcionando proteção e sobrevivência, torna-se reflexo, representação de Deus diante da criança. Em outras palavras, a criança aprende como Deus é em seu cuidado e caráter (ver Is 66.12-13). Assim, a mãe como ser criado à imagem e semelhança Deus, cumpre o seu dever imitando a Deus: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados” (Ef 5.1). Muitas vezes, não nos apercebemos da importância do trabalho de uma mãe. No entanto, percebemos nas Escrituras, que a função materna é tão relevante, que o próprio Deus fez uso desta função para exemplificar o cuidado que dispensa a seus filhos. Assim, para melhor compreendermos o amor de Deus para com seus filhos, é nos dito nas Escrituras que tal amor é semelhante ao amor de mãe (embora este – da mãe – sirva apenas como uma pequena demonstração daquele – de Deus).
Louvamos a Deus pela existência de nossas mães. Por meio delas recebemos todo o cuidado e proteção, e acima de tudo, olhando para elas, podemos aprender acerca de um Deus gracioso, que amorosamente cuida de cada um de seus filhos. Oramos para que Deus faça cada mãe convicta de sua importância, e assim, possam desenvolver seu papel com maior dedicação.
Que Deus abençoe continuamente nossas mães, concedendo-lhes força e graça, para refletirem o caráter de Deus por meio de suas vidas.

A família de José e a nossa Família

Uma das histórias mais belas da Bíblia – em minha opinião – é a de José e sua família. Podemos aprender bastante com tal história. Isto não pelo fato de José e sua família, serem um modelo de perfeição, e sim, pelo fato de percebermos na vida de José e seus irmãos a ação da graça de Deus.
Quando lemos o livro de Gênesis a partir do capítulo 37, percebemos que as falhas de Jacó como pai, a insubmissão de seus filhos mais velhos e a atitude antipática de José para com seus irmãos, causaram males terríveis àquela família, quase que irreparáveis, se não fosse a ação da graça de Deus. A despeito da gravidade da situação familiar provocada, Deus conforme sua vontade, fez com que todas as coisas convergissem de tal forma, que houvesse oportunidade favorável para que o perdão fosse buscado, e a reconciliação de José com seus irmãos acontecesse. Deus agiu de tal forma, demonstrando sua soberania, fazendo com que todo o mal praticado convergisse para o bem de toda a família de José, a ponto de, serem salvos de morrerem por causa da fome que atingiu a terra de Canaã, onde eles viviam. Isto fica claro nas palavras de José a seus irmãos: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida” (Gn 50.20).
“Onde abundou o pecado, superabundou a graça” de Deus (Rm 5.20). A graça de Deus é mais poderosa do que o pecado, por isso, os efeitos dela podem corrigir quaisquer conseqüências do pecado.
Não há nada tão terrível no contexto familiar, que a graça de Deus não possa reparar. Se acreditarmos na ação poderosa da graça de Deus, não iremos desistir de nossa família, de nosso casamento.
Em nossa época é triste constatarmos a fragmentação da família, e mais triste ainda, é percebermos que os crentes não são exceção nisso. No contexto cristão, isto tem acontecido devido à falta de confiança e dependência da graça de Deus. Não estamos livres de problemas familiares, de desentendimentos, de mágoas. No entanto, não podemos ser incrédulos, achando que a graça de Deus não possa restaurar a nossa família, visto que a situação nos pareça tão grave a ponto de não haver redenção para ela. Se tal confiança fosse uma realidade para todos os crentes, não teríamos, como temos visto hoje em dia, casais se separando, pois, confiando na graça de Deus esperariam pelo seu socorro e restauração.
Família feliz, não é aquela que não passa por problemas, e sim aquela que em meio às dificuldades, confia que a graça de Deus é poderosa para ajuda-la seja qual for à situação e trazer solução àquele problema que humanamente falando, é impossível de solução.
Que Deus abençoe as nossas famílias, e que em meio às dificuldades, confiemos na graça do Senhor!